Irmão de terroristas diz que família desconhecia radicalização e ficou chocada
Mohammed Abdeslam, irmão de Brahim e Salah Adeslam, acusados de participar dos atentados em Paris, concedeu uma declaração à imprensa belga nesta segunda-feira (16) em frente à casa da família em Bruxelas, no bairro de Molenbeek. Segundo ele, os familiares ficaram chocados com a possível participação de Brahim e Salah nos atentados.
Mohammed foi uma das pessoas levadas à polícia para ser interrogado sobre os atentados e acabou sendo liberado nesta segunda, sem sofrer acusações. “Fui interrogado e liberado pela polícia. Todos aqui me conhecem e sabem do que sou e do que não sou capaz. Nunca tive problemas com a Justiça. Só quero ser deixado em paz”, declarou.
“Minha família e eu não sabiam que eles [Brahim e Salah] estavam em Paris. Meus pais estão realmente em choque com a tragédia. Foi terrível para eles”, disse Mohammed.
“Não sabemos o que aconteceu com Brahim e Salah. Eles são adultos, não perguntamos o que eles estão fazendo durante seu tempo livre. Mesmo que algumas pessoas não acreditem em mim, fomos muito afetados por isso. Estamos pensando nas vítimas, em suas famílias.”
Ele disse que descobriu a participação dos irmãos “pela TV, como todo mundo”, e disse não saber que eles haviam sido radicalizados. “Salah cresceu aqui [em Molenbeek], estudou aqui. É um garoto completamente normal”, disse Mohammed, acrescentando que a família não tem qualquer informação de seu paradeiro. “Nunca notei nada estranho com eles, eles eram pessoas normais.”
Sua advogada, Nathalie Gallant, afirmou que Mohammed estava na Bélgica no momento dos atentados. “Na sexta-feira à noite, ele estava com seu sócio em Liège [leste da Bélgica], onde trabalha em um projeto de restauração de um bar. As declarações do sócio” confirmam que ele “não poderia ter estado em Paris na sexta-feira”, acrescentou. “Ele não estava em contato com seus irmãos nos últimos dias.”
A polícia belga busca encontrar Salah, principal suspeito dos atentados que está foragido, que teria alugado um Volkswagen Polo preto, registrado na Bélgica, posteriormente encontrado em frente à casa de espetáculos Bataclan, onde 89 pessoas foram assassinadas.
Seu irmão Brahim, de 31 anos, também de nacionalidade francesa e residente em Bruxelas, explodiu-se em frente a um bar no Boulevard Voltaire, na capital francesa.
Brahim havia alugado um carro Seat preto, também registrado na Bélgica, e encontrado em Montreuil, perto de Paris, no dia seguinte aos ataques. A bordo havia três fuzis AK47, onze carregadores vazios e cinco completos. (Com AFP)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.