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EUA proíbem laptops e tablets em voos partindo do Oriente Médio

Agente de segurança verifica itens passando pelo raio-x no aeroporto de Istambul, na Turquia - Murad Sezer/Reuters
Agente de segurança verifica itens passando pelo raio-x no aeroporto de Istambul, na Turquia Imagem: Murad Sezer/Reuters

Do UOL, em São Paulo

21/03/2017 08h46Atualizada em 21/03/2017 16h05

Os Estados Unidos proibiram a presença de dispositivos eletrônicos como tablets, laptops e Kindles em voos procedentes de países do Oriente Médio e da África.

As empresas terão um um prazo de 96 horas --a partir das 4h (de Brasília) desta terça-feira (21)-- para que nove companhias aéreas de pelo menos dez aeroportos, em oito países, proíbam seus passageiros de portar dispositivos maiores que telefones celulares ou smartphones na cabine. A proibição afeta pelo menos 50 voos.

 "O governo americano está preocupado com o interesse de terroristas em atacar a aviação comercial, incluindo centros de transporte aéreo nos últimos dois anos, como evidenciado pela derrubado de um avião no Egito em 2015; pela tentativa de derrubada de um avião na Somália em 2016; e pelos ataques armados contra os aeroportos de Bruxelas e de Istambul em 2016", afirmou o Departamento de Segurança Nacional em comunicado.

"Informações de inteligência avaliadas indicam que grupos terroristas continuam a ter como alvo a aviação comercial para contrabandear explosivos em vários itens de consumo."

Horas mais tarde, o Reino Unido anunciou medida semelhante, após ter tido acesso às mesmas informações de inteligência que os EUA.

Um funcionário americano, citado pela rede de televisão CNN, disse que a proibição está relacionada com uma ameaça feita pela Al-Qaeda na Península Arábica. Segundo a emissora, a inteligência americana detectou que aeronaves e aeroportos seriam alvos de "ameaças proeminentes" de terroristas.

Os aeroportos onde a restrição será aplicada são do Cairo (Egito), Dubai e Abu Dhabi (Emirados Árabes), Jeddah e Riad (Arábia Saudita), Istambul (Turquia), Doha (Qatar), Amã (Jordânia), Al Kuait (Kuait) e Casablanca (Marrocos). As empresas afetadas são Egyptair, Emirates Airline, Etihad Airways, Kuwait Airways, Qatar Airways, Royal Air Maroc, Royal Jordanian Airlines, Saudi Arabian Airlines eTurkish Airlines.

As empresas aéreas Saudi e Royal Jordanian informaram aos clientes no Twitter sobre a proibição. Segundo a Royal Jordanian, todos estes aparelhos - incluindo laptops, tablets, câmeras, reprodutores de DVD e jogos eletrônicos - estão incluídos na proibição, de acordo com as novas regras do governo americano. A companhia aérea Turkish Airlines anunciou que a proibição será aplicada a partir de quarta-feira (22) nos voos entre Istambul e Nova York. 

A medida marca a última tentativa da administração do presidente Donald Trump de reforçar a segurança nas fronteiras dos Estados Unidos, após o decreto que restringe as viagens de cidadãos de nações de maioria muçulmana ser bloqueado pela Justiça.

Pedido

O ministro de Comunicações da Turquia, Ahmet Arslan, pediu, nesta terça-feira, que os Estados Unidos retirem ou atenuem a medida de vetar o transporte de aparelhos eletrônicos maiores que telefones celulares nas cabines de voos. "[A medida] não é correta do ponto de vista da Turquia nem do ponto de vista dos EUA. Estamos falando que é necessária retirá-la ou atenuá-la", disse Arslan ao jornal "Hürryiet".

"Estamos desde ontem as instruções necessárias aos nossos colegas e estamos também falando com as autoridades dos EUA. Sublinhamos especialmente que não se deve confundir o aeroporto de Atatürk, em Istambul, afetado pele medida, com os de outros países", disse.

"Ninguém vem aqui ou vai até lá por lazer. Essas viagens são importantes para as relações comerciais entre os dois países. Achamos que é mais produtivo se as pessoas puderem trabalhar durante uma viagem que dura 10 ou 12 horas. A proibição pode reduzir tanto o conforto dos viajantes como o número de passageiros", disse Arslan.