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França começa votação para o segundo turno das eleições

Francesa vota no segundo turno das eleições na região de Le Touquet, no norte do país - Philippe Huguen/AFP
Francesa vota no segundo turno das eleições na região de Le Touquet, no norte do país Imagem: Philippe Huguen/AFP

Do UOL, em São Paulo

07/05/2017 04h31Atualizada em 07/05/2017 09h32

Os colégios eleitorais da França abriram neste domingo às 8h (horário local, 3h em Brasília) para o segundo turno das eleições presidenciais no país. As pesquisas dão uma clara vantagem ao social liberal Emmanuel Macron sobre a ultradireitista Marine Le Pen para chegar à Presidência.

A participação do eleitorado alcançou 28,23% ao meio-dia (7h), número praticamente igual ao registrado nesse mesmo horário no primeiro turno, que foi de 28,54%, informou o Ministério do Interior.

Junto com os colégios dos territórios de ultramar, que tinham aberto no dia anterior - começando pelo arquipélago de Saint-Pierre e Miquelon -, há 66.500 centros nos quais 45,67 milhões de eleitores franceses recenseados poderão votar.

O dia vai se desenrolar em meio a fortes medidas de segurança, já que na França continua em vigor o estado de emergência decretado após os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris e Saint-Denis.

Cerca de 50 mil policiais e gendarmes, além de 7.000 militares foram designados como reforço de segurança durante as eleições.

O controle será maior na entrada dos colégios eleitorais, aos quais só poderão ter acesso quem estiver inscrito nas listas.

As urnas ficam abertas até as 19h (14h em Brasília) na maior parte das cidades e uma hora mais tarde nas de maior tamanho.

Ao meio-dia (9h) serão conhecidos os primeiros resultados de participação, que serão atualizados pelo Ministério do Interior às 17h horas (12h).

Macron votou ao lado da mulher

Macron votou neste domingo na localidade de Le Touquet, no noroeste do país. Acompanhado de sua esposa Brigitte, ele deixou sua casa nessa localidade turística por volta das 10h45 (5h45) para dirigir-se à Câmara municipal, onde votou 15 minutos mais tarde.

Macron vota - Christophe Ena/AFP - Christophe Ena/AFP
Emmanuel Macron vota ao lado de sua mulher, Brigitte
Imagem: Christophe Ena/AFP

O ex-ministro de Economia quer se tornar aos 39 anos no presidente mais jovem da 5ª República, mencionando que sua esposa, que tem 63, seria a primeira dama de mais idade a entrar no Palácio do Eliseu.

Centenas de pessoas rodearam o casal quando deixaram seu domicílio, na busca de um aperto de mãos ou de uma "selfie".

Le Touquet é uma das praias mais próximas a Paris e a França vive um fim de semana prolongado, já que amanhã é feriado em comemoração ao final da Segunda Guerra Mundial.

Após votar, o candidato cumprimentou aos vários moradores que tinham ido ao lugar, muitos mais do que os que se reuniram no mesmo local no primeiro turno.

Macron deve ficar o resto da manhã em família, antes de viajar para Paris, onde vai acompanhar o resto do dia de votação.

Sua equipe prevê que o candidato faça seu discurso depois dos resultados na esplanada perto do Museu do Louvre.

Le Pen vota em seu reduto eleitoral

Le Pen votou em seu reduto eleitoral de Hénin-Beaumont, no norte da França. Com aparência séria e diante de um bom número de jornalistas, Marine votou acompanhada do prefeito da cidade, Steeve Briois.

Le Pen vota - Gong Bing/Xinhua - Gong Bing/Xinhua
A candidata ultradireitista Marine Le Pen vota neste domingo
Imagem: Gong Bing/Xinhua

A candidata da extrema direita cumprimentou os eleitores do colégio no qual depositou seu voto. Pouco depois de fazê-lo, rodeada de um grande grupo de guarda-costas, se dirigiu a seu carro e deixou o local.

Marine deve almoçar em família em Hénin-Beaumont antes de viajar para Paris, onde vai acompanhar a apuração dos votos.

Será uma novidade em relação ao primeiro, no qual decidiu organizar a noite do dia de votação em seu reduto do norte da França, algo pouco comum no país, onde todos os candidatos costumam fazê-lo na capital.

Aos 48 anos, Marine se tornou a segunda mulher a passar para o segundo turno de uma eleição para a presidência, depois da socialista Ségolène Royal em 2007.

Embora nenhuma pesquisa lhe dê a vitória, Marine aspira a atingir um bom resultado contra Macron, o que pode convertê-la na líder da oposição.

Vazamentos

A reta final da campanha foi marcada pelo vazamento de e-mails de campanha do líder da disputa Emmanuel Macron. O país buscou impedir que o episódio influenciasse o resultado da eleição, com um alerta de que a republicação das informações poderia ser uma infração criminal.

A equipe de Macron disse que uma invasão "maciça" havia baixado e-mails, documentos e informações de financiamento de campanhas online antes da campanha ter terminado na sexta-feira e a França entrou em um período de silêncio que proíbe os políticos de comentar sobre o vazamento.

"Às vésperas das eleições mais importantes para as nossas instituições, a comissão convida todos os presentes nos sites da internet e nas redes sociais, principalmente os meios de comunicação, mas também todos os cidadãos, a mostrar responsabilidade e não transmitir esse conteúdo, para não distorcer a sinceridade da votação", disse a comissão eleitoral francesa em um comunicado.

O vazamento de dados surgiu em meio a pesquisas indicando que Macron estava a caminho de uma confortável vitória sobre a líder de extrema-direita Marine Le Pen na eleição de domingo, com os últimos levantamentos mostrando seu aumento de liderança.

"Nós sabíamos que esse tipo de risco estaria presente durante a campanha presidencial, porque aconteceu em outros lugares. Nada será deixado sem uma resposta", disse o presidente francês François Hollande à agência de notícias francesa AFP. (Com agências internacionais)