Topo

Theresa May vai formar governo no Reino Unido e volta a defender saída da UE

Do UOL, em São Paulo

09/06/2017 08h53Atualizada em 09/06/2017 11h28

A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai formar governo após receber permissão da rainha Elizabeth 2º em encontro no Palácio de Buckinham, em Londres, nesta sexta-feira (9). O aliado dos conservadores será o Partido Unionista Democrático (DUP), da Irlanda do Norte, que obteve 10 cadeiras no Parlamento, o suficiente para assegurar a maioria à premiê.

Em rápido pronunciamento após o encontro, May disse que vai formar um governo que vai providenciar segurança. Ela reafirmou seu compromisso em deixar a União Europeia.

"Este governo vai guiar o país nas conversações cruciais do brexit, que começam em 10 dias, e leva o desejo do povo britânico em tirar o Reino Unido da União Europeia. Isso vai ajudar a manter nossa nação salva e segura para entregar as mudanças que defendi após os ataques espantosos em Manchester e Londres, rompendo a ideologia dos extremistas islâmicos e todos que o apoiam. E dando a polícia e as autoridades os poderes que eles precisam para manter nosso país seguro", disse.

May também defendeu construir um país em que "ninguém será deixado para trás". "O que o país mais precisa é segurança. Tendo assegurado o maior número de votos e o maior número de cadeiras na eleição geral, está claro que os partidos Conservador e DUP têm a legitimidade para providenciar isso", disse.

"Nossos dois partidos se uniram em uma relação forte ao longo de muitos anos e isto nos dá confiança em acreditar que nós trabalharemos juntos nos interesses de todo o Reino Unido", acrescentou.

"Agora temos que trabalhar", encerrou seu pronunciamento.

Minutos depois, Arlene Foster, líder do DUP, disse que trabalhará com a premiê para explorar as maneiras de "trazer estabilidade a nossa nação nesse tempo de desafios". "O Reino Unido --e, na verdade, nosso modo de viver-- está sob ameaça real de extremistas. As negociações para a saída da União Europeia estão para começar. E agora enfrentamos incerteza em Westminster", afirmou Foster, em alusão à divisão no Parlamento.

May vai ter o apoio do Partido Unionista Democrático (DUP), da Irlanda do Norte, tradicional aliado, para alcançar a maioria com 327 cadeiras. No Parlamento, é preciso ter ao menos 326 cadeiras, que correspondem à metade dos 650 disponíveis mais um. Com os resultados divulgados, o Partido Conservador, de Theresa May, conquistou 318 vagas e Partido Trabalhista, o principal partido de oposição, 261. O DUP obteve 10 assentos. Ainda falta a confirmação do eleito em Kensington para formar o Parlamento.

Após as negociações, May deverá se submeter a um voto de confiança no Parlamento.

Jeremy Corbyn, o rival trabalhista de May, disse que a premiê deveria renunciar e anunciou que deseja montar um governo de minoria.

May, enfrentando críticas por ter feito uma campanha morna, está determinada a se manter no cargo. "Se o Partido Conservador conquistou mais assentos e provavelmente mais votos, estaremos incumbidos de fazer com que tenhamos um período de estabilidade, e isso é exatamente o que faremos", disse May mais cedo, depois de conquistar sua própria vaga parlamentar em Maidenhead, perto de Londres.

Depois de conquistar sua própria cadeira no Parlamento no norte de Londres, Corbyn disse que a tentativa de May de conquistar um mandato mais robusto saiu pela culatra.

"O mandato que ela conseguiu foi perder assentos dos conservadores, perder votos, perder apoio e perder confiança", disse.

No dia 18 de abril, a primeira-ministra convocou eleições antecipadas, quando as pesquisas de intenção de voto eram favoráveis ao seu partido e davam uma vantagem de quase 20 pontos sobre os trabalhistas do esquerdista Jeremy Corbyn.

Segundo Theresa May, seu objetivo era aumentar a maioria na Câmara dos Comuns, com o objetivo de contar com um mandato forte nas negociações com Bruxelas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

O resultado eleitoral deixou um Parlamento fragmentado, deixando as negociações do brexit em uma grande incerteza.

Com uma mensagem centrada na melhora dos serviços públicos e em combater as desigualdades sociais, Corbyn, na reta final, conseguiu subir nas pesquisas.

May tinha chegado ao poder em julho do ano passado após a renúncia do seu antecessor, o conservador David Cameron, por causa da vitória do brexit no referendo sobre a permanência ou retirada do Reino Unido da UE.