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Coreia do Sul admite que pode usar sistema preventivo de ataque contra a Coreia do Norte

Aviões das forças aéreas americana e sul-coreana seguem para a península da Coreia, em imagem divulgada no domingo (30) - Força aérea dos EUA
Aviões das forças aéreas americana e sul-coreana seguem para a península da Coreia, em imagem divulgada no domingo (30) Imagem: Força aérea dos EUA

Do UOL, em São Paulo

31/07/2017 13h35

O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Song Young-moo, disse nesta segunda-feira (31) que o país considera utilizar sua estratégia preventiva de ataque à Coreia do Norte, denominada "Kill Chain" ('rede de destruição'), que visa lançar uma operação de defesa contra o regime de Kim Jong-un se uma investida militar norte-coreana for vista como iminente.

Questionado por congressistas sobre a possibilidade de a Coreia do Sul mudar sua estratégia de defesa, que passaria a permitir um ataque unilateral à Coreia do Norte --opção antes desconsiderada pelo país--, o ministro disse que se trata de uma mudança "no conceito operacional". "Os nossos planos de reforma da defesa incluem o 'Kill Chain'. Vamos continuar concentrados nele", disse o ministro, citado pelo jornal "The Korea Herald".

Young-moo negou, no entanto, que os rumores de que o presidente Moon Jae-in pediu aos militares a elaboração imediata de um plano de ataque preventivo.

O 'Kill Chain' é basicamente um sistema de vigilância, anunciado pela Coreia do Sul no ano passado, que utilizará satélites de reconhecimento para descobrir onde a Coreia do Norte está fabricando mísseis e ogivas nucleares, para que essas localidades sejam destruídas antes do lançamento dessas armas. O projeto inclui o uso de mísseis e bombas teleguiados para acertar com precisão as bases do regime.

O programa faz parte de um pacote anunciado com outros dois sistemas militares, chamados 'Korean Air and Missile Defense' ['Defesa Aérea e de Mísseis da Coreia'] e 'Korea Massive Punishment and Retaliation' ['Retaliação Massiva e Punitiva da Coreia'], que visam deter, em conjunto com o 'Kill Chain', as ameaças nucleares da Coreia do Norte.

Segundo o ministro sul-coreano, o país ainda considera a introdução de submarinos com poder nuclear para aumentar sua capacidade de ataque ao regime de Kim Jong-un, que demonstra estar cada vez mais perto de capacitar seus mísseis com ogivas nucleares --inclusive o ICBM, intercontinental, que poderia acertar o território dos Estados Unidos.

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AFP

Ameaça crescente

Na sexta (28), a Coreia do Norte lançou um novo projétil balístico intercontinental em direção ao Mar do Japão. O voo do míssil foi mais longo que os anteriores e caiu no oceano, segundo informações da Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos. Foi o segundo lançamento feito neste mês; o primeiro foi em 4 de julho, quando foi realizado o teste com um foguete intercontinental (ICBM).

No dia seguinte, o presidente da Coreia do Sul pediu para que fosse revisado o acordo bilateral com os Estados Unidos que controla o programa de mísseis balísticos sul-coreano para melhorar a capacidade dos mesmos em resposta ao último lançamento norte-coreano.

Moon pediu ao seu assessor de segurança, Chung Eui-young, que propusesse oficialmente ao seu colega americano, H. McMaster, uma revisão das normas para permitir que o peso da carga útil dos mísseis sul-coreanos seja duplicado para uma tonelada.

Conforme a última revisão das diretivas aprovadas pelos aliados em 2012, os mísseis balísticos sul-coreanos podem ter um alcance máximo de 800 km e uma carga útil com um peso máximo de 500 kg. Aumentar a carga útil para uma tonelada aumentaria o poder destrutivo destes projéteis.

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