Justiça liberta um dos detidos pelo atentado em Barcelona; Sagrada Família era alvo
A Justiça espanhola decretou nesta terça-feira (22) a prisão preventiva de dois dos quatro detidos após os atentados na Catalunha. Driss Oukabir e Mohamed Houli Chemlal permanecerão presos, enquanto Salah El Karib pemanecerá detido por mais 72h. Mohamed Aallaa foi liberado provisoriamente por falta de indícios suficientemente sólidos. Em audiência, Chemlal admitiu ainda que um dos alvos do grupo seria a igreja Sagrada Família, de Gaudí.
Mohamed Aallaa, de 27 anos e irmão de Sadi Aallaa, que foi morto no ataque em Cambrils, é o proprietário do carro usado no atropelamento na cidade ao sul de Barcelona. Ele afirma que seu irmão utilizava o veículo.
Chemlal é um dos feridos na explosão na casa de Alcanar na noite anterior aos atentados em Barcelona e Cambrils, afirmou que o grupo preparava bombas para um atentado muito maior, que envolveria a Sagrada Família, famosa entre turistas e símbolo de Barcelona, e outros monumentos da cidade. O mentor dos ataques, o imã Abdelbaki Es Satty, morreu na explosão da casa.
Driss Oukabir, cujo irmão era um dos suspeitos mortos pela polícia após o ataque em Cambrils, admitiu ter alugado a van usada no ataque em Barcelona, mas disse que achava que ela seria usada para uma mudança residencial. O rapaz, que anteriormente havia dito que seu irmão roubou seus documentos para alugar o veículo, afirmou nesta terça-feira que mentira de início porque sentia medo.
Segundo as autoridades, a célula terrorista estocava pelo menos 120 botijões de gás para realizar ataques na capital catalã. Os cilindros de gás foram encontrados na casa em Alcanar, que seria a base operacional do grupo. Os planos originais teriam sido frustrados pela explosão. No dia seguinte ao incidente em Alcanar, o grupo alugou uma van e investiu contra uma multidão na zona turística de Las Ramblas, em Barcelona. Menos de dez horas depois, um ataque semelhante ocorreu na cidade costeira de Cambrils. Ao todo, 15 pessoas morreram e mais de 120 ficaram feridas.
O motorista da van que atacou Las Ramblas foi morto pela polícia apenas nesta segunda-feira, encerrando uma caçada que durava dias. Ao se recusar a se entregar, ele foi abatido numa estrada em Subirats, município a 50 quilômetros de Barcelona.
O "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a responsabilidade pelos ataques, que se acredita terem sido os primeiros da organização na Espanha.
Este foi o segundo grande atentado promovido por radicais nos últimos anos. em 2004, um ataque terrorista da Al Qaeda matou 192 pessoas em Madri. (Com agências internacionais)
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