Bolsonaro cita PT e diz que Brasil tem parte da culpa em crise na Venezuela
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira (17), ao lado de representantes da oposição venezuelana, que o Brasil é parcialmente responsável pela crise política na Venezuela.
Ele citou os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT), que apoiaram o chavismo. A declaração está em um vídeo divulgado pelo Palácio do Planalto no Twitter.
Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota dizendo que o Brasil fará "de tudo" para ajudar a Venezuela a "viver em liberdade".
"Sabemos como esse desgoverno [de Nicolás Maduro] chegou ao poder, inclusive com a ajuda de presidentes que o Brasil já teve, como Lula e como Dilma, e isso nos torna responsáveis pela situação em que vocês se encontram, em parte", disse Bolsonaro ao lado do presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) no exílio, Miguel Ángel Martin, do argentino Gustavo Cinosi, representante da OEA, e do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo.
Nas imagens, Bolsonaro afirma que os dois representam a Venezuela que o Brasil quer. Ele afirma que "tudo nós faremos para que a democracia seja restabelecida, que vocês possam viver em liberdade".
"Nós nos sentimos de uma maneira bastante constrangida, porque se vocês não tiverem essa liberdade, nós aqui também nos sentimos da mesma maneira", afirmou o presidente. "Acredito que uma solução virá brevemente."
Ángel Martin disse que uma vez que a Venezuela seja recuperada, o país se colocará ao lado do Brasil e de outros países do continente "para seguir a luta e resgatar todos e cada um dos países que têm problemas em sua democracia". "Acredito que o Brasil renasce", afirmou o presidente do TSJ venezuelano exilado.
Mais cedo, um grupo de opositores venezuelanos se reuniu com o chanceler Araújo no Itamaraty, entre eles o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, o ex-presidente da Assembleia Nacional Julio Borges e Carlos Vecchio, um dos líderes do Partido Vontade Popular (VP). Representantes do grupo Rumbo Libertad também estavam presentes. Segundo o Itamaraty, representantes do Grupo de Lima, criado para lidar com a crise venezuelana, e dos EUA também participaram da reunião.
Ação
A nota distribuída pela imprensa pelo Itamaraty nesta noite diz que o Brasil "tudo fará para ajudar o povo venezuelano a voltar a viver em liberdade e a superar a catástrofe humanitária que hoje atravessa".
"O papel-chave do Brasil, sob a liderança do Presidente Bolsonaro, na mudança do cenário venezuelano, onde pela primeira vez em muitos anos ressurge a esperança da democracia, foi reconhecido por todos os líderes venezuelanos", diz o Itamaraty na nota.
O Itamaraty reiterou que não considera o mandato presidencial de Nicolás Maduro legítimo e enxerga com bons olhos a disposição do deputado oposicionista e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, de assumir o mandato interinamente.
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