Série de ataques com bombas deixa centenas de mortos no Sri Lanka
Uma série de oito ataques a bomba contra quatro hotéis, três igrejas --onde cristãos celebravam o domingo de Páscoa -- e um condomínio deixou ao menos 207 mortos e 450 feridos hoje em três cidades do Sri Lanka, na Ásia. Entre as vítimas, há cerca de 30 estrangeiros -- já foram confirmadas as mortes de três britânicos, três indianos, dois norte-americanos, dois turcos e um português.
O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, condenou os atentados e os classificou como covardes. De acordo com ele, oito suspeitos foram detidos pela polícia. Nenhum grupo reivindicou a autoria das ações até o momento.
Autoridades disseram que os ataques foram planejados e coordenados, mas não citaram o nome de nenhuma organização terrorista. O ministro de Defesa, Ruwan Wijewardene, afirmou que serão tomadas "medidas contra qualquer grupo extremista que estiver operando" no Sri Lanka.
Segundo o ministro da Integração Nacional, Mano Ganesan, oficiais foram avisados há uma semana de que atentados suicidas poderiam atingir políticos na capital Colombo. O primeiro-ministro disse, porém, que seu gabinete não recebeu estas informações e que o governo investigará por que as autoridades policiais não tomaram precauções.
Como foram os oito ataques
As primeiras seis explosões ocorreram por volta de 8h45 no horário local (23h30 de sábado em Brasília), em três hotéis de luxo e em uma igreja católica na capital Colombo.
Outro templo católico situado na cidade de Negombo, no oeste do país, e uma igreja evangélica em Batticaloa, no leste da ilha asiática, também foram atacados perto deste horário. Nestas ações, morreram 67 e 25 pessoas, respectivamente.
Em um dos hotéis atacados, o Cinnamon Grand, um homem-bomba se fez explodir na fila de clientes que esperavam para entrar no bufê. Os outros hotéis são o Shangri-La e o Kingsbury, todos em Colombo.
A sétima explosão aconteceu no começo da tarde (fim da madrugada em Brasília) em um pequeno hotel perto do zoológico de Dehiwala, no sul de Colombo.
Logo depois, veio o oitavo atentado, desta vez em um condomínio em Dematagoda, também na capital. Este ataque também teria sido feito por um homem bomba e matou três policiais.
Toque de recolher e redes sociais bloqueadas
O governo decretou estado de emergência em todo o país, e a polícia impôs toque de recolher por tempo indeterminado diante do temor de novos ataques.
Aplicativos de mensagens como o WhatsApp e redes sociais como o Facebook foram bloqueados. "Por favor, mantenham a calma e não sejam enganados por rumores", afirmou o presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, em mensagem à nação.
"Por favor, permaneçam dentro das casas", afirmou no Twitter o ministro para Reformas Econômicas e Distribuição Pública do país, Harsha de Silva, após visitar alguns dos lugares atacados. Ele se mostrou comovido com o que viu. "Cenas horríveis. Vi membros amputados derramados por todos lados. Equipes de emergência estão espalhadas em todos os pontos. (...) Levamos muitas vítimas para o hospital, esperamos ter salvado muitas vidas", relatou.
Ataques a minorias religiosas
Imagens divulgadas pela imprensa local mostram a magnitude da explosão em pelo menos uma das igrejas, com o teto do templo semidestruído, escombros e corpos espalhados enquanto o povo tenta socorrer os feridos.
Os fiéis celebravam o domingo de Páscoa, o dia mais importante dentro dos ritos cristãos da Semana Santa. O arcebispo de Colombo, Malcom Ranjit, pediu que o governo do Sri Lanka "puna sem piedade" os responsáveis pelos atentados. No Vaticano, o papa Francisco condenou os ataques.
Os ataques contra minorias religiosas na ilha vêm se repetindo. Os últimos de relevância aconteceram em 2018, quando o governo declarou estado de emergência depois de confrontos entre muçulmanos e budistas.
No Sri Lanka, um mosaico étnico e religioso, a população cristã representa 7%, enquanto os budistas são cerca de 70%; os hinduístas, 13%; e os muçulmanos, 10%.
O país viveu em guerra civil de 1983 a 2009. Pelo menos 80 mil pessoas foram mortas no período. (Com agência internacionais)
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