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Oposição a Maduro denuncia cerco à Assembleia Nacional da Venezuela

14.mai.2019 - Desde às 7h locais, membros da Guarda Nacional Bolivariana estariam cercando o prédio da Assembleia Nacional venezuelana - Reprodução/Twitter/@AsambleaVE
14.mai.2019 - Desde às 7h locais, membros da Guarda Nacional Bolivariana estariam cercando o prédio da Assembleia Nacional venezuelana Imagem: Reprodução/Twitter/@AsambleaVE

Do UOL, em São Paulo

14/05/2019 15h59

Deputados venezuelanos denunciaram hoje um cerco da Guarda Nacional Bolivariana ao prédio da Assembleia Nacional, no dia em que seria feita uma sessão para discutir o indiciamento de legisladores por uma insurreição militar fracassada contra o presidente Nicolás Maduro.

Segundo o subsecretário da assembleia, Roberto Campos, 15 funcionários da Sebin - o serviço de inteligência venezuelano - entraram no edifício devido à presença de um suposto artefato explosivo enquanto os funcionários eram impedidos de entrar pela guarda.

Imagens e vídeos divulgados pelos funcionários mostram diversos membros da guarda fazendo um cordão ao redor do prédio legislativo. O cerco teria começado por volta das 7h (8h de Brasília) e continua até o momento. Os deputados dizem que a suspeita de explosivo é uma desculpa para impedir o acesso ao edifício e chamam a atitude de "sequestro".

De acordo com a oposição, a Sebin teria ocupado todo o prédio, incluindo o gabinete do presidente da assembleia, Juan Guaidó, e foram arrombadas gavetas da presidência e vice.

A deputada de oposição Manuela Bolívar denunciou o incidente como "uma intimidação" em meio à disputa entre Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, e Maduro.

Em 7 de maio, a Assembleia Constituinte tirou a imunidade de dez parlamentares, depois que a Suprema Corte de Justiça os acusou de apoiar a revolta de um pequeno grupo de militares contra Maduro.

A rebelião foi liderada por Guaidó e Leopoldo López, libertado da prisão domiciliar pelos insurgentes e que mais tarde se refugiou na residência do embaixador da Espanha.

Em uma operação incomum que incluiu o uso de um caminhão de reboque para rebocar seu carro, na quarta-feira passada Egdar Zambrano, vice-presidente do Parlamento, foi preso e levado a Fuerte Tiuna, o principal complexo militar da capital venezuelana.

Três outros parlamentares se refugiaram nas residências dos embaixadores da Itália e da Argentina e um outro fugiu para a Colômbia.

Na prática, a Assembleia Constituinte, que governa o país com poderes absolutos, assumiu as funções parlamentares, depois que a mais alta corte de justiça declarou o Legislativo em "desacato".

Esta não é a primeira vez que a Guarda Nacional impede o acesso à assembleia este ano. Em 5 de janeiro, dia da votação de Juan Guaidó para presidente da casa, já houve um cerco. O segundo foi em 30 de abril, após o líder opositor Leopoldo López e Juan Guaidó pedirem apoio aos militares para derrubar Nicolás Maduro.

Pelo Twitter, deputados do partido Unidad Venezuelana afirmaram que a sessão (que costuma começar às 10h) deve acontecer mesmo sem o acesso ao prédio.

(Com AFP)