Bolsonaro cita "certeza" de agenda com Trump caso Eduardo seja embaixador
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que a indicação de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL), para a embaixada brasileira nos Estados Unidos pode trazer privilégios em relação possíveis reuniões com Donald Trump. Em entrevista concedida à Rede Vida e veiculada na noite de hoje, Bolsonaro não confirmou quando enviará o nome de Eduardo oficialmente, mas disse que "está chegando a hora."
"O embaixador funciona, muitas vezes, como um cartão de visitas. (...) Em uma eventualidade, caso precisemos conversar com o Trump, com toda certeza ele terá um espaço em sua agenda", disse Bolsonaro ao citar a proximidade do 'zero dois' com o presidente norte-americano.
Na conversa, Bolsonaro voltou a falar que, se não for seu filho, "vai ser filho de alguém". "Não procede essa questão do nepotismo (...), o Supremo [Tribunal Federal] já tem uma decisão nesse sentido. Se não for meu filho, vai ser filho de alguém. Por que o filho de político tem que ser mal visto?", questionou.
A despeito do STF já ter decidido que, para cargos políticos, o que pode incluir chefes de missões diplomáticas no exterior, não se aplica à Súmula Vinculante nº 13 (que proíbe a indicação de parentes até o terceiro grau para cargos públicos), o Datafolha mostrou que a maioria dos brasileiros reprova a indicação de Eduardo para a embaixada nos EUA.
Segundo o levantamento feito pelo instituto, para 70% dos entrevistados Bolsonaro está agindo mal ao indicar o próprio filho para o cargo diplomático.
O tom do discurso proferido durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas também foi tratado na entrevista. Para Bolsonaro, sua apresentação na ONU tinha de ser "contundente". "Tínhamos que bater em vários pontos, era uma oportunidade ímpar do Brasil se apresentar ao mundo."
O presidente rechaçou novamente uma intervenção militar na Venezuela — país que vive uma crise política intensa e também fora pauta de seu discurso nas Nações Unidas. Citando novamente a situação das Forças Armadas do Brasil, as quais o presidente se refere constantemente como "sucateadas", ele disse que uma ação militar na Venezuela "seria um Vietnã" — em referência à guerra que os Estados Unidos travaram com o país asiático nos anos 1960.
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