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Boris Johnson provoca risadas na ONU ao falar sobre galinhas e mito grego

24.set.2019 - Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU - Johannes Eisele/AFP
24.set.2019 - Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU Imagem: Johannes Eisele/AFP

Do UOL, em São Paulo

25/09/2019 10h34

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, evitou falar de Brexit durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU ontem. O único momento em que ele citou a saída de seu país da União Europeia foi para comparar com a história de Prometeu na mitologia grega, o que provocou risadas no plenário.

Johnson focou sua fala para alertar sobre os riscos do avanço tecnológico. Ele questionou o poder das grandes empresas de tecnologia e o que o futuro reserva sobre o tema. Porém, alguns de seus questionamentos e comparações rendeu risadas e chamou atenção da imprensa britânica, como o uso do termo "galinha aterrorizante e sem membros".

"IA [Inteligência Artifical] - o que isso significa? Robôs úteis lavando e cuidando de uma população em envelhecimento? Ou terminadores de olhos rosados enviados de volta do futuro para abater a raça humana?", disse. "O que a biologia sintética representa - restaurar nossos fígados e olhos com a milagrosa regeneração dos tecidos, como uma cura fantástica para a ressaca? Ou trará galinhas aterrorizantes e sem membros para nossas mesas. A nanotecnologia nos ajudará a vencer a doença ou deixará pequenos robôs se replicarem nas fendas de nossas células?".

Em seguida, o premiê comparou o avanço tecnológico com punição divina e faz uma conexão com o mito grego de Prometeu ao Brexit. "Quando Prometeu trouxe fogo à humanidade {...], Zeus o castigou acorrentando-o a um penhasco tartárico enquanto seu fígado era picado por uma águia e toda vez que seu fígado recuperava, a águia voltava e bicava de novo...".

Neste momento, a câmera que registrava o debate geral focalizou a delegação britânica que se mostrava indignada e prestes a rir.

"E isso continuou para sempre - um pouco como a experiência do Brexit no Reino Unido, se alguns de nossos parlamentares conseguissem o que queriam", completou o premiê e ao fundo é possível ouvir risadas no plenário.

Ele então continuou seu discurso focado em tecnologia, criticou o movimento anti-vacina e quem duvida da ciência e terminou convidando os presentes a irem a uma cúpula em Londres sobre o tema.

Esse foi o primeiro discurso de Boris Johnson na Assembleia Geral da ONU desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro em julho deste ano após a renúncia de Theresa May. Johnson enfrenta uma situação complicada em casa com relação ao Brexit. Ontem, a Suprema Corte decidiu que seu pedido de suspensão do Parlamento era ilegal. No entanto, nada disso foi abordado em seu discurso inaugural.