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Merkel, Macron e Johnson pedem "máxima responsabilidade" no Oriente Médio

4.dez.2019 - Macron, Johnson e Merkel durante o encontro da Otan na Inglaterra - Adrian Dennis/AFP
4.dez.2019 - Macron, Johnson e Merkel durante o encontro da Otan na Inglaterra Imagem: Adrian Dennis/AFP

Do UOL, em São Paulo

05/01/2020 20h37Atualizada em 05/01/2020 21h00

Com EUA e Irã travando uma escalada de tensão no Oriente Médio, os líderes europeus Angela Merkel (chanceler federal da Alemanha), Emmanuel Macron (presidente França) e Boris Johnson (primeiro-ministro do Reino Unido) publicaram um comunicado conjunto neste domingo (5) no qual apelam à "máxima contenção e responsabilidade" por parte dos atores envolvidos na atual crise internacional. A declaração conjunta foi divulgada pelos governos alemão e francês.

Os EUA não são citados nominalmente na nota. Ao citar o Irã, o trio afirma estar "profundamente preocupado com o papel negativo que o Irã tem desempenhado na região, particularmente por meio das Guardas Revolucionárias e da unidade al-Quds sob o comando do general Suleimani".

Qassim Suleimani foi o general morto em um ataque dos EUA em Bagdá na quinta-feira (2). Desde então, o nível de tensão no Oriente Médio subiu. Hoje, o Irã anunciou que saiu de vez do acordo nuclear que limitava sua capacidade de enriquecimento de urânio, medida que em tese possibilita a fabricação de armas nucleares. O presidente americano, Donald Trump, disse que um eventual ataque iraniano a alvos americanos teria uma resposta possivelmente "desproporcional".

"É urgente reduzir esta escalada. Apelamos a todas as partes que mostrem máxima moderação e responsabilidade. A atual espiral de violência no Iraque deve terminar. Particularmente, convocamos o Irã a evitar futuras ações violentas ou o apoio a elas", diz o comunicado de Merkel, Macron e Johnson.

O trio também cobra do Irã que não tome medidas que não estejam alinhadas com o acordo nuclear assinado pelo país em 2015 com EUA, Reino Unido, Rússia, China, França e Alemanha. Trump tirou os EUA deste acordo em 2018, o que levou o Irã a gradativamente romper o pacto e retomar seu programa nuclear em plena capacidade. O Irã afirma que esta forma de agir está prevista em um dos artigos do acordo.

Apelo ao Iraque

Merkel, Macron e Johnson também fizeram um apelo às autoridades do Iraque, cujo Parlamento aprovou hoje uma resolução para expulsar tropas estrangeiras do país, para que continuem a apoiar a coalizão internacional de combate ao grupo extremista Estado Islâmico.

Segundo eles, a preservação da coalizão é uma prioridade para a manutenção da soberania e da segurança do Iraque, e uma nova crise jogaria por terra "anos de esforços" para estabilizar o país.

"Vamos manter nosso compromisso com todas as partes para dissipar tensões na região e restaurar sua estabilidade", diz a declaração.

Macron diz a Trump que EI é prioridade

Horas antes da divulgação do comunicado conjunto, o governo francês divulgou nota com um curto relato de uma conversa entre Macron e Trump. Segundo o comunicado, o presidente francês disse que o combate ao Estado Islâmico deve continuar sendo prioridade, com "total respeito à soberania do Iraque".

Macron também manifestou a Trump sua solidariedade após os ataques perpetrados recentemente contra a coalizão de combate ao EI no Iraque, e insistiu na necessidade de que o Irã interrompa atividades "desestabilizadoras".