Bolsonaro cancela ida a Davos em definitivo; governo enviará representante
Resumo da notícia
- Porta-voz minimiza o risco para segurança e diz que cancelamento se deve a "somatório de aspectos"
- Paulo Guedes vai representar país no Fórum Econômico Mundial, entre 21 e 24 de janeiro
- Presidente tem prevista viagem para Índia em 26 de janeiro
- Segundo Presidência, Bolsonaro, que passou por exames médicos hoje, está com a "saúde de ferro"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cancelou hoje a ida ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, marcado para 21 a 24 de janeiro, informou a Presidência da República.
"As razões do cancelamento por parte do presidente são aquelas que estamos esboçando há tempos", disse o porta-voz da presidência da República, Otávio Rêgo Barros. "O presidente e uma equipe de assessores analisam uma série de aspectos —aspectos econômicos, aspectos de segurança, políticos. E o somatório desses aspectos, quando levados à apreciação do presidente, ele viu que não era o caso de participar desse fórum."
Na segunda (6), Bolsonaro disse que a viagem dele estava em xeque por questões de segurança após a escalada da tensão entre os Estados Unidos e o Irã. Ontem, por outro lado, disse que estava de pé. Agora, decidiu abortar a ida de vez.
Apesar da fala do próprio presidente na segunda, hoje, o porta-voz negou que o cancelamento tenha relação com o conflito no Oriente Médio. Barros preferiu minimizar o fator segurança e disse ter sido devido ao "somatório de análises".
"Segurança é um dos aspectos analisados pela assessoria do presidente. Ela não é prioritária, ela não é minoritária, é parte de um contexto. Sempre que fazemos a análise da conjuntura, fazemos a análise de risco. Não é exclusivamente por questões de segurança que o presidente declinou desta ida a Davos. É o somatório da análise apresentada a ele ao longo da última semana."
Paulo Guedes vai representar o país no Fórum Econômico
Segundo o UOL apurou, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cuja viagem a Davos já estava programada, será o principal representante do Brasil no evento que reúne personalidades, políticos e empresários da elite mundial.
Ainda segundo o porta-voz, Bolsonaro tem uma programação "praticamente confirmada" na Índia, para onde viajará no fim do mês. O presidente foi convidado para participar da celebração da proclamação da república no país asiático, em 26 de janeiro.
"É uma deferência da Índia ao presidente Bolsonaro. Apenas um chefe de estado é convidado por comemoração, e o chefe de estado convidado neste ano é o presidente Bolsonaro", disse Barros, que justificou a ida do chefe do Executivo.
"Davos é uma atividade que é orientada a área econômica, e o presidente esteve lá já no ano passado —foi, digamos, a estrela do momento na ocasião. E a ida à Índia é uma deferência muito especial, que eu gostaria de reiterar por parte da República da Índia."
Originalmente, Bolsonaro ficaria em Davos até dia 24 e embarcando para a Índia na sequência. Agora, "pode ser que isso exija um reajuste", segundo o porta-voz.
"Saúde de ferro"
O porta-voz da Presidência ainda informou que Bolsonaro está "com saúde de ferro". O presidente passou por exames de rotina na manhã de hoje no Hospital da Força Aérea de Brasília (HFAB) e, posteriormente, com seu médico particular, Ricardo Peixoto Camarinha.
"O presidente, de tempos em tempos, é submetido ao checkup geral. Hoje houve disponibilidade de agenda no hospital da Força Aérea e no consultório do doutor Camarinha. Foram exames de rotina de dermatologia, de cardiologia, na área de gastro. Conversei com o doutor Camarinha e os resultados foram considerados normais. Nosso presidente segue firme, com saúde de ferro", afirmou Otávio Rêgo Barros.
A Presidência da República ainda negou que os exames tenham relação com intervenções cirúrgicas anteriores. "Isso não está dentro do escopo do médico. Conversei pessoalmente com doutor Camarinha", acrescentou o porta-voz.
*Colaboraram Antonio Temóteo, do UOL em Brasília, e Emanuel Colombari, do UOL em São Paulo
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