China isola 2ª cidade devido ao coronavírus; governo detalha mortes
O governo da China decidiu isolar uma segunda cidade na região central do país para conter o coronavírus. Depois de Wuhan, considerada o local de origem do vírus, Huanggang, onde vivem 7,5 milhões de habitantes, também foi posta em quarentena na tentativa de conter a epidemia no país.
A circulação de trens na cidade localizada a 70 quilômetros de Wuhan foi interrompida até novo aviso ao final do dia, anunciou o prefeito local. Serviços públicos, cafés e cinemas também foram fechados.
As autoridades já haviam proibido viagens para as duas cidades e ainda Ezhou, também na região central da China. Há receio de que a taxa de transmissão se acelere à medida que centenas de chineses viajam pelo país e ao exterior durante o feriado de uma semana do Ano Novo Lunar, que começa no sábado, dia 25.
Hoje, a comissão de saúde da China divulgou uma lista mais detalhada dos mortos. Até a meia-noite do dia 22 de janeiro, o comitê de saúde havia recebido um total de 571 casos confirmados de pneumonia por nova infecção por coronavírus em 25 províncias, incluindo 95 casos graves e 17 mortes, todos da província de Hubei. Outros 393 casos estão sendo investigados.
Entre as províncias com casos confirmados estão Guangdong, Pequim, Sichuan, Yunnan, Shanghai, Guangxi Zhuang e Shandong.
Também foram confirmados casos em Taiwan, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, com um caso cada, e outros três na Tailândia. Hong Kong e Macau registraram dois casos de infecção cada. Hoje, o governo de Singapura confirmou seu primeiro caso e um segundo ainda sendo investigado.
Acredita-se que a cepa de vírus anteriormente desconhecida tenha surgido no final do ano passado a partir de animais silvestres comercializados ilegalmente em um mercado de animais na cidade de Wuhan.
Quem são as vítimas
A primeira morte confirmada foi de um homem de 61 anos que deu entrada em um hospital em Wuhan, em 27 de dezembro, sentindo fraqueza, febre e com tosse. Seu estado piorou e ele morreu em 9 de janeiro.
Dos 17 mortos, 13 eram homens e quatro eram mulheres, informaram as autoridades. A vítima mais jovem era mulher e tinha 48 anos, identificada apenas por seu sobrenome, Yin, que morreu na segunda-feira, dia 20. As vítimas mais velhas eram homens, ambos com 89 anos cujas mortes ocorreram no final de semana.
A comissão de saúde informou que a maioria dos pacientes que morreram tinha problemas de saúde como cirrose, diabetes, pressão alta e doenças cardíacas nas coronárias. De acordo com o relatório, em todos os casos, o estado de saúde as vítimas evolui para infecção pulmonar e quadro respiratório debilitado.
Ainda de acordo com o relatório, 5897 contatos próximos foram rastreados, desses 4.928 estão sob observação médica e outros 969 foram dispensados.
Ano novo sem festividades
Para evitar qualquer concentração de pessoas, as autoridades anularam as comemorações previstas para o feriado, no qual é comemorado o Ano Novo chinês, marcado para o próximo 25 de janeiro.
O famoso templo budista Guiyuan, que no último ano reuniu um público de 700 mil pessoas para a ocasião, teve que cancelar o evento. Cerca de 30 mil pessoas já tinham reservado os seus ingressos e outros 200 mil foram distribuídos de forma gratuita.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) se reúne hoje para decidir se declara uma emergência global devido ao surto do novo vírus na China. Se isso acontecer, será a sexta emergência internacional a ser declarada na última década.
O que é o coronavírus?
Amostras do 2019-nCoV, como é chamado o novo vírus, foram coletadas de pacientes e analisadas em laboratório. Autoridades da China e da OMS concluíram que a infecção é um coronavírus. Os coronavírus são uma ampla família de vírus, mas sabe-se que apenas seis deles (com o novo descoberto são sete) infectam humanos.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (conhecida pela sigla em inglês Sars), por exemplo, foi causada por um coronavírus. Ela matou 774 das 8.098 infectadas em uma epidemia que começou na China em 2002.
A Sars passou para os humanos a partir de um animal selvagem conhecido como civeta (ou gato-de-algália, parente do guaxinim) — que era considerado uma iguaria na região de Guangdong, na China.
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