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Homem que esfaqueou pessoas em Londres já esteve preso por terrorismo

02.jan.2020 - Equipe forense da polícia analisa local onde um homem foi morto após esfaquear pessoas em Londres - Simon Dawson/Reuters
02.jan.2020 - Equipe forense da polícia analisa local onde um homem foi morto após esfaquear pessoas em Londres Imagem: Simon Dawson/Reuters

Do UOL, em São Paulo

02/02/2020 12h42Atualizada em 02/02/2020 22h28

Um homem foi morto pela polícia de Londres após esfaquear pessoas em uma movimentada avenida em Streatham Hill Road, no sul da capital inglesa. Três pessoas foram atingidas e o incidente foi classificado como ataque terrorista, segundo informações da Metropolitan Police.

O responsável pelo ataque, de acordo com a polícia, estava preso por atividades ligadas ao terrorismo e havia sido solto há poucos dias. A polícia estava acompanhando seus passos após a libertação. Ele foi preso em 2018, aos 18 anos, por divulgar material da Al Qaeda e coletar "informações úteis" para promover ataques terroristas, mas foi solto em janeiro após cumprir metade da pena.

Todos os feridos - um homem e duas mulheres - foram levados ao hospital e estão fora de perigo. As mulheres, segundo o jornal The Guardian, tiveram ferimentos leves; o homem, por sua vez, chegou em estado grave, mas foi socorrido a tempo e está estável.

Segundo testemunhas disseram ao Guardian e à Sky News, o autor do ataque usava um "colete suicida falso". Para a polícia, a motivação do agressor foi religiosa e "relacionada ao Islamismo".

De acordo com a BBC, o incidente teria ocorrido às 14h (horário local, 11h no Brasil). O serviço de emergência afirmou ter recebido várias chamadas para a região para socorrer as vítimas.

A região é muito movimentada aos domingos porque abriga vários mercados, cafés e lojas. Relatos sugerem que o homem entrou em uma das lojas e começou a esfaquear pessoas. Depois que saiu, ainda esfaqueou uma mulher na rua.

A Sky News mostrou imagens feitas por câmeras de segurança que registraram a movimentação dos policiais antes de abordarem o suspeito, que morreu após ser atingido por tiros.

Karker Tahir, trabalhava em sua barbearia na hora do ocorrido. Ele estava a 50 metros de distância do local do crime e contou à Sky News que viu um homem usando um colete correndo e sendo perseguido por policiais.

"Os policiais gritavam 'pare, pare'. Então eles atiraram mais de duas ou três vezes. Era uma hora muito movimentada para todos e esse ataque foi chocante e inesperado", disse.

Gulled Bulhan, um estudante de 19 anos, disse à agência de notícias Associated Press que testemunhou o tiroteio em frente a uma loja da Boots. "Eu estava atravessando a rua quando vi um homem com um facão e cartuchos de prata no peito sendo perseguido pelo que imagino que era um policial disfarçado, porque ele estava em roupas de civis", contou.

Nardos Mulugeta, morador da região, relatou à agência que uma mulher pediu ajuda na rua dizendo ter sido esfaqueada nas costas. "Fui até lá e vi a primeira vítima, um homem no chão, perto do White Lion Pub, e as pessoas estavam ajudando. Então, cinco minutos depois, uma mulher veio e disse 'eu também fui esfaqueada nas costas'. E então as pessoas começaram a ajudá-la", disse.

A Met Police ainda fez um apelo para que as pessoas "usem o bom senso" quando forem compartilhar fotos e vídeos na internet do ocorrido a fim de evitar a exposição das vítimas e dos oficiais envolvidos.

Uma investigação será realizada pelo Escritório Independente de Conduta Policial (IOPC), conforme exigido por lei quando a polícia usa armas letais.

Comunicado da Cruz Vermelha

Ataque com faca em Londres - Isabel Infantes/AFP - Isabel Infantes/AFP
Imagem: Isabel Infantes/AFP

Em nota, a Cruz Vermelha britânica lamentou o ataque e disse estar pronta para disponibilizar os recursos do UK Solidarity Fund para aqueles afetados pelo ocorrido.

Leia na íntegra, em português, o comunicado emitido pelo órgão:

"Prestamos nossas condolências àqueles afetados pelo incidente desta tarde em Streatham. Estamos em contato direto com as autoridades responsáveis por apurar o caso e monitorando de perto a situação.

Estamos prontos para disponibilizar o UK Solidarity Fund àqueles afetados pelo ataque.

O fundo foi criado em 2017 após os ataques em Manchester e Londres e oferece auxílio financeiro às vítimas de ataques terroristas em qualquer lugar do Reino Unido."

Errata: este conteúdo foi atualizado
O tiroteio testemunhado por Gulled Bulhan aconteceu em frente a uma loja da Boots, e não uma loja de botas. A informação foi corrigida.