Fechado pela covid-19, zoológico alemão pode ter que sacrificar animais
Com as atividades paralisadas por conta do novo coronavírus, um zoológico alemão admitiu que pode precisar sacrificar animais para que outros não morram de fome, segundo publicado pela emissora britânica BBC. A medida extrema é a última opção —mas, por si só, não resolveria os problemas financeiros da instituição.
"Já listamos os animais que teremos que abater primeiro", disse Verena Kaspari, diretora do Zoológico de Neumünster, ao jornal Die Welt. "Se for o caso, terei que sacrificar os animais em vez de deixá-los morrer de fome. Na pior das hipóteses, teremos que dá-los de comer a outros bichos", acrescentou.
Kaspari citou como exemplos as focas e os pinguins, que precisam de grandes quantidades de peixe fresco todos os dias para se alimentar. Ela reforçou, porém, que a ação seria "desagradável", "o último recurso" e não seria capaz de, sozinha, solucionar os problemas de dinheiro.
A diretora estima que as perdas da instituição devem chegar a 175 mil euros neste trimestre. O Zoológico de Neumünster, cidade a cerca de 340 quilômetros a noroeste de Berlim, pertence à Associação Nacional de Zoológicos da Alemanha (VdZ, na sigla em alemão), que não é atendida pelo fundo do governo para pequenos negócios.
O Neumünster e outras instituições similares têm feito apelo por doações e pedem ao governo alemão uma ajuda de 100 milhões de euros, segundo a agência de notícias DPA. A VdZ argumenta que os zoológicos, ao contrário de outros negócios, não podem "hibernar" e reduzir custos, uma vez que os animais ainda precisam ser alimentados e cuidados.
O presidente da associação, Jörg Junhold, estima que a quarentena esteja custando em torno de 500 mil euros por semana a um zoológico alemão médio.
Situação diferente na Áustria
O Zoológico Schönbrunn, uma das principais atrações de Viena, na Áustria, diz que está conseguindo lidar —por ora— com a crise usando recursos economizados anteriormente, ainda de acordo com a BBC.
No último dia 1º, a instituição colocou 70% de seus 230 funcionários em licença de três meses. Todos foram enviados para casa e têm seus empregos garantidos.
Isso só foi possível porque o país possui um sistema chamado "Kurzarbeit" (trabalho subsidiado de curta duração), similar ao adotado na Alemanha, que permite à maioria dos trabalhadores manter seus empregos quando os patrões enfrentam dificuldades.
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