Facebook exclui anúncios da campanha de Trump por associação ao nazismo
O Facebook anunciou hoje ter excluído mais de 80 anúncios da campanha eleitoral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por violação às regras contra o ódio organizado. Segundo a empresa, os posts, que faziam ataques ao movimento Antifa (antifascista) e a grupos de extrema-esquerda, levavam um símbolo — um triângulo vermelho invertido — usado pelos nazistas para identificar prisioneiros políticos.
Os anúncios, segundo o jornal britânico The Independent, foram compartilhados nos perfis oficiais do presidente e de seu vice, Mike Pence, além da página "Team Trump". As postagens alegavam que o Antifa e os movimentos de extrema-esquerda estariam "destruindo" cidades norte-americanas durante os protestos antirracismo e contra a violência policial que vêm acontecendo no país.
"Removemos esses posts e anúncios por violarem nossas políticas. Não permitimos o uso de símbolos de grupos de ódio já banidos da plataforma, e que foram empregados no passado para identificar presos políticos, sem contexto que condene ou incentive um debate", explicou o Facebook ao UOL.
Publicados ontem, alguns dos anúncios levaram mais de 24 horas para ser removidos da rede social. Os posts, segundo o Facebook, receberam centenas de milhares de impressões — métrica que aponta quantas vezes um anúncio apareceu na tela de um usuário — antes de ser apagados.
A campanha de Trump alegou que o triângulo vermelho invertido é um "emoji" amplamente utilizado pelo movimento Antifa, mas não há nenhuma evidência disso. O símbolo, como conta o Independent, foi usado pela primeira vez em 1930 para identificar comunistas, socialistas, anarquistas, liberais, maçons e outros grupos de oposição ao regime nazista, incluindo aqueles que ajudaram na fuga de judeus.
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