Obama volta à campanha de Biden após arrecadar US$ 4 milhões ao ex-vice
Ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama conseguiu levantar mais de US$ 4 milhões de 120 mil doadores individuais, antes do primeiro evento de arrecadação para a campanha de Joe Biden, seu vice entre 2009 e 2017 e hoje adversário de Donald Trump nas eleições americanas.
O evento, a ser realizado hoje à noite de forma virtual, é também um teste da capacidade de Obama de transferir sua popularidade para Biden. Segundo relata a revista Time, é o início do que a equipe de Obama diz ser uma "agenda cheia", já que o ex-presidente busca ajudar a eleger não apenas Biden, mas também os democratas que concorrem à Câmara e ao Senado.
Quando foi presidente, Obama relutava em apoiar outros candidatos democratas, o que o fez perder boa parte do controle da Câmara em 2010 e do Senado em 2014. Mas hoje, na era Trump, os democratas acreditam que o apelo de Obama, especialmente entre eleitores jovens e negros, pode ajudar a levar Biden à vitória.
Obama demonstrou apoio ao ex-vice em abril, numa mensagem de vídeo, mas manteve um perfil discreto durante as eleições primárias e evitou discutir a política nacional. Ele "ressurgiu" nas últimas semanas para falar sobre violência policial e endossar os protestos ocorridos após o assassinato de George Floyd em Minneapolis.
Para alguns democratas, ainda de acordo com a Time, a voz de Obama como líder democrata e, mais do que isso, em defesa de Biden é ainda mais necessária agora, após o caso Floyd.
"Com o que está acontecendo agora quanto às discussões sobre a reforma da justiça criminal e o [movimento] 'Black Lives Matter' ['Vidas Negras Importam'], ter o primeiro presidente afro-americano por aí apoiando Biden publicamente é extremamente útil", disse à Time Ben Tulchin, que trabalhou na campanha presidencial de Bernie Sanders.
Possível trunfo para Trump
O ressurgimento de Obama, porém, não está isento de riscos para Biden. Sua reaparição também oferece à campanha de Trump a oportunidade de reutilizar alguns de seus ataques políticos favoritos: a acusação de que as políticas do governo Obama minaram a classe média norte-americana e os interesses dos EUA no exterior.
Os republicanos, segundo a Time, acreditam que o foco dos democratas em Obama também ajudará a revigorar a base aliada de Trump e fará com que os trumpistas hoje indecisos se lembrem por que estavam insatisfeitos com o governo anterior.
Eles ainda veem uma brecha para rachar a base de Biden ao trazer questões do governo Obama que protagonizaram discussões durante as primárias democratas, como a alta taxa de deportações.
"A eleição de Trump acabou com o país e com o legado de Obama", comentou Tulchin. "Vencer Trump é importante para o legado de Obama e importante para o país."
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