Princeton remove nome de ex-presidente de faculdade por crenças racistas
O conselho da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, decidiu remover o nome do ex-presidente americano Woodrow Wilson de uma de suas faculdades mais prestigiadas, a Escola de Assuntos Públicos e Internacionais, e de uma residência estudantil em razão de seu "pensamento e políticas racistas".
A decisão foi divulgada hoje por meio de uma carta assinada pelo reitor da instituição, Christopher L. Eisgruber. No texto, ele diz que, após discussão e votação por parte dos membros do conselho, chegou-se à conclusão de que "o pensamento e as políticas racistas de Woodrow Wilson tornam o seu nome inadequado para uma escola ou faculdade cujos pesquisadores, estudantes e ex-alunos devem se posicionar firmemente contra o racismo em todas as suas formas".
Woodrow Wilson foi reitor de Princeton entre 1902 a 1910 e presidente dos Estados Unidos de 1913 a 1921. Wilson foi um dos principais atores no processo de paz que sucedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) —foi ele quem redigiu o chamado tratado dos 14 pontos, que foi o embrião do primeiro esforço diplomático global, a Liga das Nações. O ex-presidente americano, no entanto, era a favor da segregação racial.
"O racismo de Wilson foi significativo e teve consequências mesmo para os padrões de sua época. Ele segregou o serviço público federal depois que ele havia sido racialmente integrado por décadas, levando assim os Estados Unidos para trás na busca pela Justiça. Ele não apenas concordou, mas contribuiu para a prática persistente de racismo neste país, uma prática que continua a causar danos hoje",diz o reitor Eisgruber em sua carta.
Em 2015, um grupo de estudantes da universidade chegou a ocupar o escritório do reitor para pedir a retirada do nome do ex-presidente da faculdade. Agora, a decisão do conselho de Princeton acontece na esteira de casos como o assassinato de George Floyd, homem negro que morreu asfixiado por um policial branco em Minnesota. O episódio levou a uma onda de protestos antirracistas nos Estados Unidos.
Desde então, manifestantes também têm destruído ou danificado estátuas que homenageiam personalidades racistas em diferentes lugares do mundo. Em Bristol, no Reino Unido, uma estátua de Edward Colston, traficante de escravos do século 17, foi derrubada e arremessada em um rio.
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