Democratas acusam Trump de querer adiar eleição para tirar o foco da crise
A Stacey Abrams, ex-deputada democrata do estado da Geórgia, foi mais um nome forte do partido de oposição a acusar o presidente americano Donald Trump de usar o adiamento das eleições para distrair a população dos problemas enfrentados pelo governo.
Abrams, que chegou a ser ventilada como possível companheira de chapa do candidato democrata Joe Biden nas eleições deste ano, afirmou que Trump está tentando tirar o foco da crise econômica provocada pela pandemia da covid-19.
"Ele está tentando nos distrair de sua supervisão e liderança fracassadas de uma economia que encolheu um terço no último trimestre", declarou a democrata à CNN americana. "Você tem 43 milhões de pessoas que estão sujeitas ao despejo por conta das falta de ações do Senado liderado pelos republicanos", afirmou.
Ela — que foi a primeira mulher negra a concorrer ao governo de um dos estados americanos por um dos dois grandes partidos do país — reforçou a ideia de que Trump tem a obrigação de viabilizar as eleições da melhor forma possível, levando em consideração as restrições impostas pela pandemia.
"O trabalho que ele tem é garantir que tenhamos um serviço postal que possa entregar os votos para nossos funcionários eleitorais. Mas, infelizmente, o líder partidário que ele deixou responsável pelos correios está fazendo o possível para minar um dos pilares centrais da nossa sociedade, que é a nossa capacidade de comunicação", acusou Abrams.
"Portanto, em vez de twittar informações erradas, desejo que ele se concentre em realmente fazer seu trabalho nos últimos dias que ele tem neste escritório", declarou.
Abrams tem feito campanha nas redes sociais para que as pessoas usem máscaras e, assim, estejam protegidas para votar durante as eleições.
Trump não confia nos votos por correio
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu na quinta-feira (30), em mensagem no Twitter, que as eleições nos Estados Unidos marcadas para novembro deste ano sejam adiadas. Nas palavras do republicano, o pleito poderia ser o "mais fraudulento da história".
Trump não apresentou evidência nem indícios de fraudes, mas se referiu ao sistema de votação por correio para dizer que o resultado da eleição presidencial poderia ser impreciso.
"Com a votação universal por correio (não o voto em ausência, que é bom), 2020 terá a eleição mais imprecisa e fraudulenta da história. Será um grande embaraço para os EUA. Adiar as eleições até que as pessoas possam votar de maneira adequada, segura e protegida?", sugeriu.
As pesquisas que simulam o embate entre Joe Biden e Donald Trump — sobre quem tem pesado a forma como o governo federal lida com a pandemia — colocam o atual presidente dos Estados Unidos bem atrás na corrida pela Casa Branca. Na semana passada, segundo o resultado acumulado de uma série de sondagens, o democrata tinha em média 8,6% a mais do que Trump nas intenções de voto dos americanos.
Barack Obama x Donald Trump
Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, foi mais uma das lideranças democratas a acusar Trump de tentar jogar com a opinião pública durante a pandemia.
Em conferência no Zoom com J.B. Pritzker, governador do estado de Illinois (reduto eleitoral do ex-presidente, por onde ele foi eleito senador antes de chegar à Casa Branca), Obama disse que Trump explora a raiva do povo americano para reproduzir o ódio.
"O que ele desencadeou e o que continua tentando explorar são os medos, a raiva e o ressentimento das pessoas que, em alguns casos, realmente estão passando por um momento difícil e têm visto suas perspectivas, ou comunidades de onde saíram, declinando. E Trump tenta explorar isso e redirecionar de maneiras nativistas [anti-imigração], racistas e sexistas", afirmou.
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