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Trump recua sobre adiar eleição, mas ameaça contestar resultado na Justiça

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca -
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca

Colunista do UOL

30/07/2020 19h26

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Em menos de 12 horas, o presidente Donald Trump recuou da ideia de mudar a data das eleições americanas, marcadas para 3 de novembro. Ele ameaçou questionar na Justiça o resultado eleitoral, caso haja votação expressiva via correio.

"Não quero ver mudança do dia [da eleição"], disse Trump, em pronunciamento e entrevista que durou 27 minutos.

Trump voltou a disseminar a falsa teoria conspiratória de que haverá fraudes se for permitido o voto pelo correio de forma maciça. Afirmou que outras nações, como Japão e Alemanha, enfrentam nova alta de casos de covid-19.

Ele desinforma. Há alta nesses países, mas não no nível do que acontece nos EUA. Na quarta, o Japão teve 940 novos casos de covid-19. A Alemanha, 648. Os EUA, 62.265.

Trump disse que o coronavírus está "desvastando o mundo". É falso. Está devastando os EUA e países como o Brasil, governados por presidentes que negam a ciência e agem com irresponsabilidade sanitária.

No festival de desinformação desta quinta-feria, Trump disse que a perda de empregos nos EUA "é culpa da China". Mais uma vez, chamou o coronavírus de "vírus da China".

O presidente americano fez um pronunciamento de 15 minutos e respondeu a perguntas de repórteres por apenas 13 minutos. A estratégia de Trump hoje foi tirar credibilidade do processo eleitoral, mentir que o mundo todo sofre de forma equivalente com o coronavírus e apontar a China como a culpada por todos os males da pandemia.

O republicano parece algo desesperado diante das pesquisas que apontam favoritismo do democrata Joe Biden na disputa pela Casa Branca.