Governador de Wisconsin quer reforma da polícia após homem negro baleado
O governador de Wisconsin, Tony Evers, anunciou ontem uma sessão especial na Câmara Legislativa do estado para avançar com reformas que contenham a má conduta de policiais na região. A decisão vem após Jacob Blake ser mais um homem negro vítima de violência policial nos Estados Unidos, tendo recebido sete tiros nas costas no último domingo (23).
Os legisladores estaduais se reunirão no dia 31 de agosto para discutir um conjunto de nove projetos de reforma da polícia que foram apresentados há mais de dois meses. As propostas — que se seguiram ao assassinato de George Floyd pela polícia de Minneapolis em 25 de maio — incluem a proibição de estrangulamentos e a limitação de outros métodos de uso da força.
"Sabemos que não podemos acabar com o racismo sistêmico enraizado em todos os nossos sistemas apenas com este pacote de leis, mas isso não significa que devemos ficar parados. Por mais de dois meses, nossos líderes legislativos têm ignorado os apelos por mudança de pessoas em todas as partes do nosso estado, e agora outro homem negro está lutando por sua vida devido às ações da polícia. O povo do nosso estado acabou de esperar que o Legislativo aja, e nós também", afirmou o governador em nota.
As críticas ao policiamento em Wisconsin, incluindo incidentes específicos em Kenosha, cidade em que Jacob foi alvejado, são muito anteriores a esse caso recente.
Em 2017, foi aprovada uma medida para instalar câmeras no uniforme dos policiais. No entanto, ela pode ser adiada até 2022, o que significa que os oficiais que atiraram em Jacob não estavam usando os equipamentos.
Embora a cidade de Kenosha e os oficiais da polícia tenham concordado unanimemente com essa iniciativa de câmera corporal — com a intenção de promover a responsabilização e a coleta de evidências — eles se recusaram a arcar com os custos, de acordo com a Associated Press.
O único vídeo disponível publicamente que mostra um policial atirando em Blake nas costas várias vezes foi gravado por um vizinho que viu o incidente acontecer. Embora a polícia de Kenosha tenha câmeras nos carros de seu departamento, não se sabe se há alguma filmagem do tiroteio em um veículo.
Evers decretou hoje estado de emergência em Wisconsin, depois que protestos antirracistas culminaram em incêndios e saques durante a noite, após o toque de recolher imposto pelas autoridades
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