'Não quero pena das pessoas. Eu quero mudança', diz irmã de Jacob Blake
Uma das irmãs de Jacob Blake — cidadão negro alvejado por sete tiros vindos de policiais brancos nos Estados Unidos — pediu para as pessoas refletirem e mudarem a sociedade racista.
"Eu não quero a sua pena. Eu quero mudança", disse Letetra Widman em entrevista coletiva, segundo a CNN.
Ela se referia as mensagens de apoio que recebeu nos últimos dias, após o vídeo mostrando a ação policial em frente aos três filhos de Jacob viralizar. Blake continua internado.
"Tantas pessoas entraram em contato comigo, dizendo que lamentam que isso esteja acontecendo com minha família. Bem, não se desculpe porque isso vem acontecendo com minha família há muito tempo", completou.
Letetra citou o caso do adolescente Emmett Till — morto há mais 60 anos, após ser linchado por ter assobiado em uma loja no Mississipi.
"Emmett Till é minha família", disse e completou se referindo a Philando Castile — morto durante ação policial no trânsito — e Mike Brown e Sandra, ambos negros e mortos por policiais brancos.
O pai de Blake, Jacob Blake Sr., também falou na coletiva, dizendo que o que aconteceu não é compreensível.
"Eles atiraram no meu filho sete, sete vezes. Como se ele não importasse. Mas meu filho é importante. Ele é um ser humano e é importante", afirmou.
Já a mãe, Julia Jackson, pediu orações para o filho e questionou a população para pedir justiça.
"Cidadãos, policiais, bombeiros, clérigos, políticos, façam justiça a Jacob neste nível e examinem seus corações. Precisamos de cura", completou.
Estado de saúde
De acordo com o advogado da família de Jacob, Ben Crump, o jovem está com parte do corpo paralisado e que "só por um milagre" ele conseguirá voltar a andar.
Jacob foi operado ontem e, segundo Ben, as balas cortaram a medula espinhal de Blake e estilhaçaram as vértebras, além de danos graves em órgãos.
Vidas negras importam
Ontem, Wisconsin voltou a registrar protestos contra a violência policial. Duas pessoas morreram e uma foi atingida por tiros na cidade de Kenosha, cidade onde ocorreu o caso de Jacob Blake.
Há três dias o estado norte-americano tem manifestações a favor das vidas negras.
Na segunda (24), a polícia local usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que relembraram também o caso de George Floyd — outro cidadão negro morto em maio por policiais brancos —, asfixiado com o joelho até a morte.
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