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Trump diz que terá alta do hospital hoje e pede: 'Não tenham medo da covid'

Presidente dos EUA, Donald Trump, deixa a Casa Branca rumo ao Centro Médico Militar Nacional Walter Reed em 2 de outubro. - Bloomberg
Presidente dos EUA, Donald Trump, deixa a Casa Branca rumo ao Centro Médico Militar Nacional Walter Reed em 2 de outubro. Imagem: Bloomberg

Colaboração com o UOL, em São Paulo

05/10/2020 15h48Atualizada em 05/10/2020 18h26

Donald Trump anunciou que vai deixar hoje, às 19h30 (horário de Brasília), o hospital em que está internado desde a última sexta-feira, após contrair a covid-19. Em seu Twitter, o presidente dos Estados Unidos disse estar "se sentindo melhor do que estava há 20 anos" e pediu para que as pessoas "não tenham medo da covid".

"Eu vou deixar o ótimo centro médico Walter Reed hoje. Me sentindo muito bem. Não tenha medo da covid. Não deixe ela dominar a sua vida. Nós desenvolvemos no governo Trump ótimos medicamentos e pesquisa. Me sinto melhor do que há 20 anos", ele escreveu em seu perfil.

Médico não comenta sobre cloroquina

Na tarde de hoje, a equipe médica de Donald Trump concedeu entrevista coletiva para atualizar o estado de saúde do presidente.

"Nas últimas 24 horas o presidente atendeu aos critérios para a alta e resolvemos levá-lo para casa. Já faz 72 horas antes de sua última febre e os níveis de oxigênio e saturação estão todos normais", disse Sean Conley, um dos médicos tratando do presidente.

O médico, no entanto, não respondeu a todas as perguntas feitas pelos jornalistas e foi evasivo ao ser questionado sobre o motivo de Trump não estar usando a hidroxocloroquina como remédio para o tratamento. No último domingo, durante boletim médico, a equipe médica listou alguns medicamentos utilizados para tratar o presidente e a hidroxocloroquina não foi citada.

"Não vou entrar nessa discussão sobre remédios e terapias. Existem dezenas que conhecemos, discutimos várias", afirmou.

Trump ainda não está completamente seguro

Durante a coletiva, Conley enfatizou que Trump ainda não está completamente seguro.

"Ele não está totalmente fora de perigo, mas todos nós concordamos que seu estado clínico permite um retorno para casa seguro, onde terá apoio médico 24 horas por dia", completou Conley, que citou que permanecer no hospital pode ser um risco para o presidente americano. "Não há nada que estamos fazendo aqui que não possamos fazer na Casa Branca", explicou ele.

Outro ponto que ficou em aberto foi a situação do pulmão de Donald Trump. Quando questionado se há algum quadro de pneumonia ou infeção, o médico alegou que não falaria sobre aquilo. "Há cercas regras que me restringem de compartilhar certos dados para sua segurança e para a saúde do presidente", ele limitou-se a dizer mesmo após insistência dos jornalistas.

Tratamento

Sobre o tratamento de Trump, outro membro da equipe comentou sobre o uso dos remédios que estão sendo utilizados.

"Na noite passada o presidente recebeu a terceira dose do Remdesivir [remédio utilizado no tratamento de Trump] e suas funções renais e hepáticas continuam normais. Ele vai tomar a quarta antes de sair do hospital e trabalhamos agora para que ele receba a partir da quinta dose em casa. Ele continua a comer, beber e se movimentar", esclareceu. Também foi informado que o mandatário americano não está tomando medicamentos para dor ou febre.

Além disso, o Conley revelou que Trump teve queda na saturação duas vezes e, por isso, precisou de suplementação de oxigênio. No entanto, o doutor garantiu que foi apenas uma medida preventiva e que o presidente americano não sentiu falta de ar.

Saída do hospital e aceno para apoiadores

Sean Conley também foi questionado sobre Donald Trump ter saído do centro médico para acenar para apoiadores que estavam em vigília do lado de fora no último domingo. Segundo ele, tudo foi feito em segurança.

"O presidente está rodeado de equipes de segurança e médica usando equipamentos. Ontem os agentes do segurança secreto estavam com equipamentos, trabalhamos com nossos especialistas de doenças infecciosas para que tudo pudesse ser feito com segurança pro presidente e todos a sua volta", Conley esclareceu.

Pessoas próximas a Trump testam positivo

Até o momento, 11 pessoas no entorno do presidente foram diagnosticadas com covid-19. A mais recente descoberta foi Kayleigh McEnany, secretária de imprensa da Casa Branca, que anunciou nesta segunda-feira que testou positivo para a doença. Além de McEnany, outras 10 foram confirmadas com coronavírus, entre elas a primeira-dama, a assessora de Trump, conselheiros presidenciais e políticos do partido do presidente.

Donald Trump está internado desde sexta-feira (2), quando foi levado ao hospital militar Walter Reed logo após anunciar ter testado positivo para a covid-19. Depois de receber alta, o presidente americano vai seguir com o tratamento contínuo em casa. Os médicos estipulam um período de 7 a 10 dias para que a fase crítica passe e para que não haja mais evidências do vírus ativo no organismo de Trump.