Segundo debate presidencial será virtual; Trump diz que não participará
O próximo debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos será feito de forma virtual, conforme decidiu hoje a comissão americana que determina as regras dos enfrentamentos da campanha presidencial. No entanto, o atual presidente Donald Trump afirmou logo após a decisão que não participará do debate por ele ser ser virtual, o que considera "ridículo".
A comissão decidiu pelo formato remoto por causa da recente contaminação de Trump pelo novo coronavírus. Em entrevista ao canal Fox Business, o presidente disse que a comissão estaria "tentando proteger" o seu rival, o democrata Joe Biden.
"Não vou perder meu tempo com um debate virtual. Não é disso que se trata o debate. Você se senta atrás de um computador e faz um debate, isso é ridículo", afirmou Trump.
O segundo debate entre o republicano e Biden está marcado para daqui a uma semana, na próxima quinta-feira (15). O primeiro encontro entre os dois foi na semana passada, no dia 29. Três dias depois, Trump confirmou o diagnóstico positivo de infecção. Já Biden não se contaminou.
O coronavírus e a pandemia, inclusive, foram o tema principal do debate entre os candidatos à vice-presidência, realizado ontem de forma presencial na cidade de Salt Lake City, no estado de Utah. A democrata Kamala Harris questionou o atual vice Mike Pence sobre a maneira como o governo de Trump vem lidando com a covid-19.
Atualmente, os Estados Unidos são o país com mais mortes causadas pelo vírus no mundo. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, já são mais de 210 mil vítimas da doença e 7,5 milhões de casos.
Debate remoto
Caso ainda ocorra, o próximo enfrentamento entre Trump e Biden está agendado para ser sediado a partir de Miami, na Flórida, de onde o mediador Steve Scully comandaria o debate. O formato seria diferente do anterior e traria perguntas de eleitores para os candidatos. No primeiro debate, que ficou marcado por um clima caótico entre os presidenciáveis, os questionamentos ficaram a cargo do moderador Chris Wallace.
Se Trump ainda decidir participar, isso deve ocorrer a partir da Casa Branca, onde ele se encontra desde segunda-feira (5), quando deixou o hospital que permaneceu internado na região de Washington por apenas três dias.
Após ser internado por recomendação do médico da Casa Branca, o presidente americano preferiu continuar sua recuperação em casa. Trump disse ontem que foi tratado no hospital com um coquetel de anticorpos experimentais e que 24 horas depois "estava ótimo".
Ontem, após o médico da Casa Branca afirmar que o presidente estava há 24 horas sem sintomas da doença, Trump disse que "pegar a covid-19 foi uma bênção de Deus" e voltou a chamar o coronavírus de "vírus chinês".
"Eles vão pagar um preço alto. Isso [a covid-19] é culpa da China. Lembrem-se disso", afirmou Trump.
Dúvidas sobre debates
O diretor da campanha de Trump, Bill Stepien, divulgou hoje um comunicado em que reforça a recusa do presidente em participar do debate virtual. Stepien é uma das mais de 20 pessoas no entorno de Trump, entre assessores e funcionários da Casa Branca, que também foram contaminados recentemente com o coronavírus.
Ele afirmou que a decisão do comissão foi "patética" e fez coro a Trump ao acusar a mudança para o formato virtual de beneficiar Biden. Com isso, não só a participação do atual presidente no próximo debate fica em xeque, como também o destino do último enfrentamento entre os candidatos, marcado para o dia 22.
Isso porque Trump já havia antecipado que ia se opor a quaisquer mudanças feitas no formato dos debates. Para o último enfrentamento, os organizadores do evento consideram uma alteração que impeça o caos visto no primeiro debate, quando Trump interrompeu Biden por diversas vezes.
Hoje, o presidente já afirmou que no lugar do segundo debate presidencial realizará um comício.
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