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Médico libera Trump, mas não diz se teste para covid-19 deu negativo

O presidente Donald Trump informou ter sido diagnosticado com covid-19 no dia 2 de outubro - Win McNamee/Getty Images
O presidente Donald Trump informou ter sido diagnosticado com covid-19 no dia 2 de outubro Imagem: Win McNamee/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

11/10/2020 11h24

Depois de ter sido diagnosticado com covid-19 na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi liberado para retomar suas atividades, segundo uma nota divulgada ontem por seu médico, Sean Conley. O médico, no entanto, não informou se o presidente recebeu um teste negativo para o novo coronavírus.

Segundo a CNN, o comunicado diz que Trump atendeu aos critérios dos CDC (Centros de Controle e Prevenção dos EUA) para encerrar o isolamento, mas não esclarece se o presidente teve um exame negativo para covid-19 — diz apenas que o teste mostra que não há risco dele transmitir a doença para outras pessoas.

"Esta noite, estou feliz em informar que, além de o presidente atender aos critérios do CDC para a descontinuação segura do isolamento, a amostra de covid PCR desta manhã demonstra, por padrões atualmente reconhecidos, que ele não é mais considerado um risco de transmissão para terceiros", diz trecho do memorando de Conley.

O médico informou que Trump está há 10 dias do início dos sintomas, não apresenta febre há "bem mais de 24 horas", e, após os testes de diagnóstico, "não há mais evidências de vírus em replicação ativa". Conley não explicou, no entanto, a quais "testes diagnósticos avançados" o presidente foi submetido.

Ontem, sem usar máscara, o presidente americano, que concorre à reeleição, surgiu diante de centenas de apoiadores em uma varanda da Casa Branca e disse que se sente "genial", em seu primeiro evento público desde o diagnóstico.

O evento preparou o cenário para a volta de Trump aos atos de campanha na semana que vem, apesar das preocupações com a sua recuperação — ele chegou a ser hospitalizado.

Além de um comício previsto para segunda-feira (12), na Flórida, ele participará de outros dois atos: no dia seguinte, na Pensilvânia, e na quarta-feira (14), em Iowa, informou seu comitê de campanha.

A 25 dias das eleições, o republicano discursou por 18 minutos sobre lei e ordem e pediu que os americanos "saiam e votem".

Vantagem democrata

Joe Biden lidera com folga as pesquisas de opinião e tem o apoio de mulheres e idosos, levando analistas a sugerirem com cada vez mais confiança uma vitória esmagadora do democrata. A doença de Trump intensificou as críticas ao presidente por sua atitude e por como lidou com a pandemia.

No campo republicano, a preocupação é cada vez mais palpável. Alguns estão abertamente alarmados com o desenrolar da campanha. "Se as pessoas estiverem aborrecidas no dia das eleições, poderíamos perder a Casa Branca e as duas câmaras do Congresso", advertiu o senador republicano Ted Cruz.

* Com AFP