'Swing states': o que indicam os estados que decidem a eleição dos EUA
As eleições presidenciais americanas ocorrem nesta terça (3) nos 50 estados e na capital Washington, mas a maior parte da cobertura se concentra nos chamados "swing states", ou "estados-pêndulo", aqueles que costumam variar na escolha entre os candidatos republicanos ou democratas na corrida para a Casa Branca, que acontece a cada quatro anos.
No sistema eleitoral americano, os 538 votos do Colégio Eleitoral —ou 538 "delegados"— determinam quem será o presidente. Esses 538 votos são distribuídos entre os estados, de forma proporcional, considerando a população de cada um deles. Ganha quem alcançar 270 delegados.
O candidato que ganhar a eleição popular dentro do estado leva todos os votos dele no Colégio Eleitoral —com exceção do Maine e de Nebrasca, que dividem seus votos de acordo com os distritos regionais. Por exemplo: quem ganhar a Califórnia —o democrata Joe Biden é favorito nesse estado, o mais populoso do país— levará todos os 55 votos californianos para o Colégio Eleitoral, independentemente de sua margem de vitória.
Como a maior parte dos estados já tem uma inclinação consistente para o candidato democrata ou para o republicano, tanto historicamente quanto nas pesquisas eleitorais para 2020, a disputa acaba concentrada apenas nos "swing states".
As pesquisas antes da eleição indicavam Biden com cerca de 212 votos considerados muito prováveis no Colégio Eleitoral. Trump tem 125.
Pesquisas dão vantagem para Biden
Restam 201 votos dos chamados "swing states". A maior parte deles registra vantagem para Biden nas pesquisas —inclusive Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, vencidos por Trump em 2016. Se o democrata confirmar o favoritismo e "virar" esses três estados, além de manter as vitórias que Hillary Clinton acumulou em 2016, ele será eleito o novo presidente dos Estados Unidos.
Veja o que dizem as pesquisas e o histórico de votação recente nos 13 "swing states". Acrescentamos também os distritos de Maine e Nebrasca que têm uma disputa mais apertada —cada um desses distritos vale um voto no Colégio Eleitoral.
Geórgia
Número de votos no Colégio Eleitoral: 16
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Romney; McCain
Um democrata não ganha a eleição presidencial na Geórgia desde 1992, com Bill Clinton, mas Biden aparece ligeiramente à frente nas pesquisas. É um estado crucial para a vitória de Trump.
Carolina do Norte
Número de votos no Colégio Eleitoral: 15
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Romney; Obama
Ohio
Número de votos no Colégio Eleitoral: 18
Pesquisas 2020*: Trump
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Obama; Obama
Os dois estados vencidos por Trump em 2016 são cruciais em 2020 —se não vencer em nenhum dos dois, o republicano dependerá praticamente de um milagre para se reeleger. As pesquisas mostravam que a disputa está acirrada em ambos.
Flórida
Número de votos no Colégio Eleitoral: 29
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Obama; Obama
As projeções mostravam uma disputa apertada na Flórida logo que saíram as primeiras divulgações.
New Hampshire
Número de votos no Colégio Eleitoral: 4
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Hillary; Obama; Obama
Pensilvânia
Número de votos no Colégio Eleitoral: 20
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Obama; Obama
Maine (2º distrito)
Número de votos no Colégio Eleitoral: 1
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Obama; Obama
Enquanto New Hampshire tem uma votação mais sólida para os democratas e uma liderança clara de Joe Biden nas pesquisas, sendo visto como improvável para as ambições de Trump, Pensilvânia e Flórida são outros dois estados cruciais para que o atual presidente conquiste a reeleição —novamente, se perder em ambos, o republicano precisará vencer em locais onde está ainda mais atrás nas pesquisas.
Já o estado do Maine provavelmente entregará 3 dos seus 4 votos no Colégio Eleitoral para Biden, mas o segundo distrito do estado, onde Trump ganhou em 2016, tem uma disputa mais apertada.
Arizona
Número de votos no Colégio Eleitoral: 11
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Romney; McCain
Michigan
Número de votos no Colégio Eleitoral: 16
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Obama; Obama
Minnesota
Número de votos no Colégio Eleitoral: 10
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Hillary; Obama; Obama
Texas
Número de votos no Colégio Eleitoral: 38
Pesquisas 2020*: Trump
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Romney; McCain
Wisconsin
Número de votos no Colégio Eleitoral: 10
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Obama; Obama
Nebrasca (2º distrito)
Número de votos no Colégio Eleitoral: 1
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Romney; Obama
Biden precisa garantir Minnesota, Michigan e Wisconsin —os últimos dois, vencidos por Trump há quatro anos— para reconquistar a eleição para os democratas. Para isso, conta com vantagem significativa nas pesquisas. Já os republicanos, segundo as pesquisas, têm seus domínios ameaçados no Arizona e no Texas, onde não são derrotados nas eleições presidenciais desde 1996, no caso do primeiro, e 1976, no segundo. Novamente, são estados em que Trump é praticamente obrigado a vencer para se reeleger. No caso do Nebrasca, 4 dos 5 votos do Colégio Eleitoral devem ser do republicano, e a disputa está mais acirrada no segundo distrito.
Iowa
Número de votos no Colégio Eleitoral: 6
Pesquisas 2020*: Trump
Resultados 2016, 2012 e 2008: Trump; Obama; Obama
Nevada
Número de votos no Colégio Eleitoral: 6
Pesquisas 2020*: Biden
Resultados 2016, 2012 e 2008: Hillary; Obama; Obama
Os últimos dois "swing states" a fecharem suas urnas nesta terça somam 12 votos no Colégio Eleitoral. Nevada tem vantagem de Biden nas pesquisas e foi vencido pelos democratas nas últimas três eleições; o Iowa, por sua vez, é outro estado em que Trump venceu em 2016, e o republicano registra pequena vantagem nas pesquisas também em 2020.
*Resultado médio das pesquisas eleitorais, segundo o FiveThirty Eight
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