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Biden adota tom cauteloso, e Trump insiste: "parem a apuração"

Joe Biden pediu a contagem de cada voto antes de decretar qualquer resultado - Drew Angerer/Getty Images
Joe Biden pediu a contagem de cada voto antes de decretar qualquer resultado Imagem: Drew Angerer/Getty Images

Colaboração para o UOL

05/11/2020 11h06Atualizada em 05/11/2020 14h31

Apesar de estar na frente na eleição presidencial dos Estados Unidos, Joe Biden adotou hoje um tom cauteloso. Em sua primeira manifestação no dia, ele apenas destacou que é preciso esperar a contagem de todos votos. O adversário dele, Donald Trump, por sua vez, pediu hoje que a apuração seja interrompida. Ele já anunciou que pedirá recontagem em alguns estados e, sem provas, vem dizendo que a eleição americana sofreu fraude.

Biden se manifestou pelo Twitter com uma mensagem curta. Ele escreveu que "cada voto tem que ser contado" e publicou um vídeo rápido em que pede: "conte cada voto".

Trump, por sua vez, se manifestou repetindo o discurso adotado desde ontem, pedindo que "parem a apuração".

A campanha de Trump anunciou ontem que pedirá recontagem de votos nos estados de Wisconsin e Michigan -- onde Biden ganhou -- e que entrará com ação judicial contra o processo eleitoral no estado da Pensilvânia -- onde a sua diferença para o democrata vem caindo --, com o objetivo de suspender a contagem de votos.

Em outra publicação nas redes sociais, Trump chegou a ameaçar que "nenhum voto que chegou depois do dia das eleições será contado". No entanto, o atual presidente não tem o poder de impedir a apuração desta maneira.

Hoje, segundo a Fox News, a equipe republicana também anunciou que acionará judicialmente o estado de Nevada, outro local onde Biden deve vencer.

Em Wisconsin, a vitória de Joe Biden foi confirmada pelas agências AP e AFP, o jornal "New York Times" e a rede de TV americana CNN, na tarde de hoje — com 99% das urnas apuradas, o democrata aparece com 49,6% dos votos contra 48,9% de Trump. Como a diferença entre Biden e Trump é menor que um ponto percentual, o presidente pode pedir uma recontagem de votos.

Já Joe Biden pode ter direito a pedir recontagem de votos na Pensilvânia. Isso é possível se a diferença entre os candidatos for de 0,5%. Mas a apuração não acabou no estado. E o democrata ainda não se manifestou sobre isso.

Oficialmente, não há nenhuma prova ou indício de fraude na eleição americana. Os posts de Trump com denúncias sobre o sistema de votação por correio vêm sendo apontadas como falsos ou questionáveis pelas plataformas Twitter e Facebook.

Como está a contagem?

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta quinta-feira (5). A contagem de votos continua no estado.

Todos os veículos indicam que cinco estados ainda estão em aberto:

  • Pensilvânia (20 delegados)
  • Geórgia (16)
  • Carolina do Norte (15)
  • Nevada (6)
  • Alasca (3)

Há dúvida sobre o Arizona, com 11 delegados. Algumas fontes, como AP e Fox, consideram garantida a vitória de Biden no estado. Outros, porém, como o New York Times e a AFP, apontam que Trump ainda pode virar.

Até as 12h30 de hoje, segundo a AFP, Biden liderava com 253 votos, sem os delegados do Arizona. Já o presidente Donald Trump contava 214 delegados.

A expectativa é de que Nevada divulgue sua apuração por volta das 13h (horário de Brasília). Biden liderava no estado por menos de 1 ponto percentual na manhã de hoje.

Confirmando a vitória no Arizona e Nevada, Biden seria eleito independentemente do resultado nos demais estados.

Na Geórgia, com 16 delegados, Trump lidera com 0,4 ponto percentual. Ele também está vencendo na Carolina do Norte e na Pensilvânia, embora a diferença de 3 pontos percentuais para Biden já tenha sido de 14 pontos. O republicano é favorito para vencer no Alasca.

Para ser reeleito, o republicano precisa confirmar a vitória nesses quatros estados onde lidera, além de virar em Nevada.