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Além da Geórgia, três estados podem ter recontagem de votos nos EUA

Donald Trump e Joe Biden disputam presidência nas eleições americanas - Reuters/EPA
Donald Trump e Joe Biden disputam presidência nas eleições americanas Imagem: Reuters/EPA

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

06/11/2020 13h59Atualizada em 06/11/2020 15h17

Resumo da notícia

  • Na Pensilvânia e na Geórgia, onde os votos ainda são contabilizados, a disputa está acirrada
  • Na Geórgia pode haver recontagem caso a diferença entre os candidatos seja menor do que 0,5%
  • Na Pensilvânia, recontagem é obrigatória caso vencedor fique à frente por margem de 0,5% ou menos
  • Em Nevada, perdedor pode pedir recontagem se fizer um depósito arcando com os custos
  • No Wisconsin, recontagem pode acontecer caso a diferença seja inferior a 1%

Além da Geórgia, pelo menos outros três estados decisivos para o desfecho da apuração das eleições americanas deste ano podem passar pelo processo de recontagem de votos — o que atrasaria ainda mais o resultado da disputa. São eles: Pensilvânia, Nevada e Wisconsin.

Passados três dias da eleição, ainda não se sabe quem será o próximo presidente dos Estados Unidos. Até o momento, projeções da imprensa americana indicam que o democrata Joe Biden está mais perto de vencer a corrida. Em pelo menos seis estados, a apuração dos votos ainda está em andamento.

Na Pensilvânia e na Geórgia, onde os votos ainda são contabilizados, a disputa está acirrada entre Biden e o republicano Donald Trump, que tenta a reeleição. As legislações dos dois estados abrem margem para possíveis recontagens no caso de haver uma margem estreita entre os candidatos.

Na Geórgia, com 98% das urnas apuradas, Biden e Trump aparecem com o mesmo percentual de votos: 49,4%. Em números absolutos, o democrata está à frente do republicano por uma diferença pequena, de cerca de 1.580 votos.

A legislação estadual da Geórgia prevê que, caso a diferença entre os candidatos seja menor do que 0,5 ponto percentual, é possível pedir a recontagem. Hoje, o secretário de estado da Geórgia, Brad Raffensperger, informou que as autoridades locais procederão para que a recontagem seja feita.

A margem também é estreita na Pensilvânia: com 95% das urnas apuradas, Biden aparece com 49,4% dos votos e, Trump, com 49,3%. A diferença entre os candidatos é de cerca de 9 mil votos.

Pela legislação estadual da Pensilvânia, é obrigatório que haja recontagem dos votos caso o candidato vencedor fique à frente do derrotado por uma margem de 0,5 ponto percentual ou menos. A recontagem deve ser solicitada até o dia 12 de novembro e concluída até 24 de novembro.

Nevada: sem relação com a margem, mas com depósito

A situação é um pouco diferente no estado de Nevada. Lá, a legislação estadual permite que o candidato perdedor peça a recontagem dos votos, independentemente da diferença observada entre ele e o seu adversário.

Para isso, o candidato deve estar disposto a fazer um depósito para arcar com os custos necessários para se fazer a recontagem.

Se, após a recontagem, for observado que o candidato perdedor na realidade venceu a disputa no estado, o valor correspondente ao depósito será devolvido a ele. Caso contrário, ele deverá pagar todos os custos envolvidos nesse processo.

Com 91% das urnas apuradas em Nevada até as 13h30 desta sexta-feira (6), Biden aparece à frente, com 49,8% dos votos, enquanto Trump tem 48,1%. A vantagem do democrata é de cerca de 22 mil votos.

No Wisconsin, Trump pedirá revisão

No estado do Wisconsin, onde Biden também lidera e já foi projetado como vencedor por alguns veículos da imprensa americana, a recontagem pode acontecer se a diferença entre os candidatos for inferior a 1%.

Mais de 98% das urnas foram apuradas no Wisconsin até o momento. Biden aparece com 49,4% dos votos e, Trump, com 48,8%. A diferença entre eles é de pouco mais de 20 mil votos. De acordo com a CNN, a campanha do republicano já anunciou que fará o pedido de recontagem dos votos.

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta quinta-feira (5). A contagem de votos continua no estado.