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Agência dos EUA libera início de transição para governo de Biden

Do UOL, em São Paulo

23/11/2020 20h26Atualizada em 24/11/2020 09h22

A GSA (Administração de Serviços Gerais, na sigla em inglês) autorizou hoje o início do processo de transição do governo do republicano Donald Trump para o democrata Joe Biden, eleito em novembro o novo presidente dos Estados Unidos. A agência é responsável por permitir formalmente o processo de transição entre governos assim que um novo chefe do Executivo é eleito.

Desde a eleição de Biden, há duas semanas, Trump se recusou a reconhecer o resultado da votação. O atual presidente dos EUA vem acusando, sem provas, o processo eleitoral de fraude. O republicano entrou com ações judiciais em mais de um colégio eleitoral para recontagem dos votos.

Trump bloqueou o acesso da equipe de Biden ao processo de transição — segundo a Folha de S.Paulo, sua equipe atuava para que o GSA não assinasse o documento que admite o início do procedimento. A agência alegava, até o momento, que o resultado das eleições ainda não era oficial e, por isso, não poderia autorizar a transição.

Em carta publicada hoje, a chefe da agência, Emily Murphy, disse que não sofreu nenhuma pressão direta para dar o aval para o processo. No entanto, a CNN aponta que Murphy vinha recebendo ameaças — inclusive de morte — em função do caso e que era constantemente pressionada pela para reconhecer o resultado das eleições.

Trump afirmou, no Twitter, que Murphy deve fazer o que for necessário e que orienta sua equipe a fazer o mesmo — ou seja, auxiliar com o processo de transição. O presidente declarou que toma a decisão pensando "no melhor para o país", mas que não desistirá das ações na Justiça envolvendo o resultado das eleições.

Ainda, Trump disse que a chefe do GSA — indicada por ele ao cargo — era alvo de assédios e ameaças e que ele não queria que ela sofresse diante do ocorrido.

"Quero agradecer a Emily Murphy, da GSA, por sua constante dedicação e lealdade ao nosso país. Ela foi assediada, ameaçada e abusada — e não quero ver isso acontecendo com ela, com sua família ou com funcionários da GSA", escreveu o presidente.

"Nosso caso [acusação infundada de fraude na eleição] continua forte, vamos continuar lutando e acredito que vamos vencer! De qualquer forma, pensando nos interesses de nosso país, estou orientando que Emily e sua equipe façam o que precisa ser feito quanto aos protocolos iniciais, e disse a minha equipe para fazer o mesmo", completou.