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Médico que tinha clínica de reprodução nos EUA pode ter centenas de filhos

A americana Jamie Hall descobriu ser filha do médico que inseminou sua mãe - Reprodução/SWNS
A americana Jamie Hall descobriu ser filha do médico que inseminou sua mãe Imagem: Reprodução/SWNS

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/12/2020 20h25

Um médico norte-americano de 104 anos pode ser o pai biológico de mais de cem filhos de suas antigas pacientes.

Ao menos cinco pessoas comprovaram por meio de testes de DNA serem filhas do Dr. Philip Peven, que vive no estado norte-americano de Michigan.

Ele tinha uma clínica de reprodução assistida em Detroit desde a década de 1940, sendo um pioneiro na área. Na época, não havia criogenia, então as inseminações só podiam ser feitas com esperma fresco.

Assim, o Dr. Peven usava o próprio material genético e de outros homens de sua equipe médica para inseminar as pacientes. Elas eram informadas apenas que o esperma vinha de um doador anônimo.

Jamie Hall, de 61 anos, uma das filhas, descobriu a verdade sobre suas origens após uma intensa pesquisa em sites de DNA.

Depois da morte de seus pais, ela passou a buscar suas origens biológicas e descobriu ser 50% judia da etnia ashkenazi, o que a intrigou, já que ninguém em sua família é judeu.

O nome de Philip Peven constava na certidão de nascimento de Jamie como ginecologista e obstetra. Sua irmã, Lynn, nasceu em 1956 e ela em 1959, ambas após tratamentos na clínica do Dr. Peven.

Em janeiro de 2020, Jamie e sua irmã descobriram que Peven ainda é vivo e mora em Southfield, no Michigan. Ela e a irmã o contataram e decidiram encontrá-lo pessoalmente.

"Dissemos a ele que ele não só tinha nos trazido à vida como obstetra, mas também como pai, e que somos muito gratas a ele por isso", disse Jamie ao tabloide inglês "The Sun".

Peven confessou à recém-descoberta filha que era doador de esperma desde 1947, e que na época o procedimento era feito de forma muito simples, com uma pipeta.

Ele também nunca acreditou que o DNA pudesse ser rastreado. "É como um conto de fadas", teria dito o médico.

Jamie afirmou ao jornal não ter sentimentos negativos em relação ao pai. "Não vejo de forma negativa. Essas mulheres, incluindo minha mãe, estavam desesperadas, queriam muito um filho, e ele lhes deu o que elas queriam. Sem ele, eu não estaria viva hoje", disse a mulher.

Os outros quatro irmãos descobertos por ela, no entanto, não tiveram a mesma reação. "Muitas pessoas que procurei se sentiram traídas, enganadas, estão tendo questões existenciais. Mas eu não vejo dessa forma", afirmou. "Só me sinto grata por estar viva".

Três outros filhos de Peven não quiseram comentar a reportagem. O Dr. Peven também não respondeu aos contatos do jornal.