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Embaixador orientou Bolsonaro a não admitir vitória de Biden, diz jornal

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - Flickr/Palácio do Planalto
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Imagem: Flickr/Palácio do Planalto

Do UOL, em São Paulo

16/12/2020 12h20

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconheceu a vitória de Joe Biden nos EUA ontem, após 38 dias da vitória do democrata. O líder do Executivo brasileiro foi o último do G-20 a parabenizar o novo presidente norte-americano, instruído pelo embaixador Nestor Forster, segundo telegramas obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. Nos documentos, o diplomata enfatizava a desconfiança no processo eleitoral que confirmava a vitória de Biden.

Em uma mensagem compartilhada no Twitter, o presidente Bolsonaro disse que saudou Joe Biden como presidente e desejou os "melhores votos de esperança" para que os "EUA sigam sendo 'a terra dos livres e o lar dos corajosos'".

Ao longo da apuração eleitoral nos Estados Unidos, Nestor Forster teria enviado para Brasília descrições baseadas em análises e notícias falsas que questionavam a vitória de Biden. Em consonância, Bolsonaro demonstrou alinhamento com o discurso eleitoral de Donald Trump e não fez comentários sobre a derrota do até então presidente dos EUA.

Os telegramas enviados por Forster foram encaminhados entre 5 e 12 de novembro, totalizando 22 páginas, com comentários e expectativas de aliados de Trump. Entre agosto e julho, outros dez telegramas teriam sido encaminhados pelo embaixador, contendo 54 páginas.

"A campanha do presidente Donald Trump já robustece sua assessoria legal para promover a recontagem nos Estados-chave e ações judiciais relativas a percebidas irregularidades e denúncias de fraude na apuração de votos", comunicou em 6 de novembro, horas antes do anúncio da vitória do democrata nos EUA.