Reino Unido: brasileiros reclamam de falta de ajuda do governo para voltar
"É uma situação bem delicada. Viemos em busca de um sonho e encontramos um verdadeiro pesadelo", define o enfermeiro Francisco Santana Júnior sobre a situação dos brasileiros que tentam retornar ao país do Reino Unido, mas não conseguem devido à restrição de voos.
O Brasil proibiu a chegada de voos vindos do Reino Unido devido à variante do novo coronavírus, descoberta no país. A restrição começou a a valer na última sexta-feira. No entanto, os brasileiros que estão em solo britânico e estavam com viagens de volta marcadas, reclamam da falta de ajuda do governo brasileiro.
"Somos um grupo de 119 pessoas, isso no WhatsApp, mas eu creio que exista mais umas 300 pessoas que estejam na mesma situação que a minha. Tentamos pela França, Alemanha, Holanda. Tive um relato de alguém que conseguiu ir via Qatar. A coisa tá bem feia. O que nós queremos é que o Brasil edite a portaria. A portaria diz que é permitida a entrada de brasileiros, mas ela impede os voos", afirmou Santana em entrevista à GloboNews.
"O primeiro contato que nós tivemos foi com o consulado brasileiro. Entrei em contato pelo Facebook, Instagram, e-mail, e o consulado não me respondeu. Nós deixamos bem claro que aceitamos todos os protocolos de segurança para chegar ao Brasil. Em nenhum momento nós nos opusemos. Mas nada disso resolve", completou ele.
Santana retornaria ao Brasil no próximo dia 29. Mas o voo foi cancelado. Segundo ele, os brasileiros que tentam retornar ao país vivem situações diferentes.
"Há pessoas que precisam fazer cirurgias, que tem exames, pessoas que têm criança no Brasil ou estão no aeroporto com crianças, que têm pais para cuidar no Brasil ou que estão com dinheiro contado. São pessoas em vulnerabilidade social altíssima e não conseguem exercer o direito de voltar ao Brasil", disse.
O UOL entrou em contato com o Itamaraty para saber qual a posição sobre a situação dos brasileiros no Reino Unido e ainda não teve resposta.
Além do Brasil, pelo menos outros 40 países vetaram a entrada de voos vindos do Reino Unidos depois que autoridades sanitárias britânicas revelaram a descoberta de uma nova cepa do coronavírus, com uma transmissão mais rápida do que as demais.
A portaria brasileira também restringe a entrada de estrangeiros de outras nacionalidades. A exigência é que o passageiro comprove, por meio de um teste realizado 72 horas antes do embarque, que não está contaminado.
Essa exigência, que valerá a partir do dia 30 de dezembro, também pede que o teste seja o de RT-PCR, o padrão-ouro, que identifica se o vírus permanece em atividade, transmitindo a doença.
Além disso, o teste deve ser feito em laboratório reconhecido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A exceção são as crianças menores de 12 anos acompanhados de responsáveis com seus testes em mãos.
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