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Biden: indicados ao Departamento de Justiça vão restaurar independência

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou que designará o jurista Merrick Garland como procurador-geral - Drew Angerer/ Getty Images/ AFP
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou que designará o jurista Merrick Garland como procurador-geral Imagem: Drew Angerer/ Getty Images/ AFP

Do UOL, em São Paulo

07/01/2021 14h08

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que as pessoas indicadas por ele para ocupar cargos no Departamento de Justiça irão "restaurar a independência" do órgão.

O democrata confirmou que designará o jurista Merrick Garland, 68, como procurador-geral dos EUA em seu governo.

"Nossos indicados para o Departamento de Justiça restaurarão a independência do Departamento, de modo que atenda aos interesses do povo - não de uma presidência. Eles reconstruirão a confiança pública no Estado de Direito e trabalharão para garantir um sistema de justiça mais justo e equitativo", escreveu Biden em sua conta no Twitter.

Quem é Garland

Há cinco anos, Garland teve sua indicação para a Suprema Corte negada pelos republicanos. O juiz da Corte de Apelações é reconhecido como um liberal moderado e não está alinhado com qualquer partido político.

Em 2016, porém, os senadores republicanos bloquearam por oito meses a indicação de Barack Obama, permitindo ao atual presidente, Donald Trump, nomear um magistrado conservador para preencher a vaga somente no ano seguinte.

Garland tem uma longa carreira como advogado no setor privado. Em 1993, foi nomeado procurador-geral adjunto do Departamento de Justiça, onde lidou com casos graves de segurança nacional, incluindo os atentados a bomba em Oklahoma City e nas Olimpíadas de Atlanta-96.

Em 1997, o presidente Bill Clinton o nomeou para a Corte de Apelações de Washington, e ele recebeu amplo apoio de senadores democratas e republicanos em sua confirmação.

Tornou-se o juiz principal desse tribunal em 2013 e, em março de 2016, Obama o escolheu para ocupar a vaga aberta na Suprema Corte após a morte de Antonin Scalia. Como se viu, essa nomeação não foi adiante.

Sua nova nomeação não deve encontrar grandes dificuldades no Senado, onde os democratas agora têm uma pequena maioria (em caso de necessidade de desempate, com o voto da vice Kamala Harris) e onde, provavelmente, também conquistará o apoio dos republicanos.

Gestão Trump

Em dezembro, Trump anunciou que o então procurador-geral e secretário de Justiça William Barr deixaria o cargo pouco antes do Natal, e que o procurador-geral adjunto, Jeff Rosen, seria o substituto interino.

Aliado fiel do mandatário, Barr estava no cargo desde fevereiro de 2019, em substituição a Jeff Sessions, que se declarara impedido de liderar o inquérito sobre a interferência russa nas eleições de 2016 e deixou o cargo no fim de 2018, a pedido de Trump.

Em abri de 2019, Barr disse que o relatório do procurador especial Robert Mueller concluiu que não houve "cooperação" entre a equipe de campanha do republicano e os russos nas eleições de 2016.

No entanto, o destino de Barr nos últimos dias da administração Trump estava em questão desde que ele havia declarado que uma investigação do Departamento de Justiça não encontrou nenhum sinal de fraude nas eleições de novembro, contradizendo as falsas alegações do presidente.

* Com informações da AFP e Reuters