Trump diz que haverá transição ordeira após vitória de Biden ser confirmada
Minutos depois de o Congresso certificar a vitória de Joe Biden na eleição de 3 de novembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que haverá uma transição ordeira quando o democrata tomar posse como novo presidente em menos de duas semanas, no dia 20 de janeiro.
A declaração ocorre depois de uma quarta-feira (6) de caos em Washington, com a invasão do Capitólio por parte de apoiadores do candidato derrotado. Porém, Trump manteve sua posição de contestar o resultado da eleição americana, embora todas as alegações de fraude apresentadas por sua campanha e apoiadores tenham sido rejeitadas na Justiça.
"Embora eu discorde totalmente do resultado da eleição e os fatos me confirmem, haverá uma transição ordeira em 20 de janeiro", disse Trump em um comunicado postado no Twitter pelo porta-voz da Casa Branca Dan Scavino.
Na mensagem, Trump também reconheceu, pela primeira vez, de que seu mandato está no fim. "Isso representa o fim de um dos melhores primeiros mandatos presidenciais e é apenas o início da nossa luta para devolver aos Estados Unidos sua grandeza", acrescentou.
Quatro pessoas morreram, diz polícia
Ontem, Washington viveu momentos de terror com a invasão de apoiadores do presidente ao Capitólio, onde o Congresso se reuniu para certificar a vitória de Biden. Segundo a polícia, quatro pessoas morreram.
Momentos antes da invasão, Trump havia insuflado seus apoiadores a se manifestarem contra a proclamação da vitória de Joe Biden com um discurso na capital americana. O vice-presidente Mike Pence, que presidia a sessão, foi retirado do local por seguranças. A Prefeitura de Washington DC decretou toque de recolher.
Retomada da sessão com críticas
Com a invasão, a sessão do Congresso foi suspensa, sendo retomada durante a noite. Na reabertura, o vice-presidente Mike Pence lamentou "um dia obscuro" e condenou as violências.
"Mesmo depois da violência e vandalismo sem precedentes neste Capitólio, os representantes eleitos do povo dos Estados Unidos se reúnem novamente neste mesmo dia para defender a Constituição", destacou Pence.
O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, afirmou na retomada da sessão que a Câmara "não se deixaria intimidar". "Tentaram perturbar nossa democracia e falharam", declarou.
Já o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou que os atos foram provocados "pelas palavras, as mentiras" de Trump, e deixarão "uma mancha que não será apagada facilmente".
As objeções à vitória Biden nos estados do Arizona e da Pensilvânia foram rejeitadas pelas duas câmaras do Congresso na manhã desta quinta-feira, superando o que poderia ser o último obstáculo para a ratificação dos resultados da eleição de 3 de novembro.
Biden teve os 306 votos que ganhou no Colégio Eleitoral confirmados, em comparação a 232 de Trump, nas eleições realizadas em novembro de 2020.
Reações
As cenas de caos geraram repercussão entre ex-presidentes dos Estados Unidos. O democrata Barack Obama divulgou uma nota criticando a invasão e repudiando as acusações feitas por Donald Trump, sem provas, de que houve fraude eleitoral.
A História se lembrará corretamente da violência de hoje no Capitólio -- incitada por um presidente em exercício que tem continuamente e sem provas mentido sobre o resultado de uma eleição legal -- como um momento de grande desonra e vergonha para a nossa nação. Estaríamos nos enganando se tratássemos essa questão como uma surpresa completa."
Barack Obama
Já o ex-presidente George W. Bush, por sua vez, criticou alguns de seus correligionários republicanos por alimentar a "insurreição" no Capitólio, comparando a situação a de uma "república das bananas".
É assim que se disputam os resultados eleitorais em uma república das bananas, não na nossa república democrática."
George W. Bush
Trump tem conta no Twitter suspensa
Depois da invasão ao Capitólio, Trump está impossibilitado de utilizar o Twitter, uma de suas plataformas preferidas de comunicação.
Tanto o Twitter como o Facebook bloquearam o perfil de Trump por considerar que suas postagens ontem, incitando os manifestantes, violaram suas regras de utilização.
Ontem, o presidente eleito Joe Biden fez críticas à postura de Trump."Palavras de um presidente importam. Não importa o quão bom ou ruim ele seja. No mínimo palavras devem inspirar. No pior dos casos, elas devem incitar".
*Com informações das agências AFP, RFI e Reuters.
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