Porta-voz diz que Biden não pretende liberar viagem de brasileiros aos EUA
Jen Psaki, futura porta-voz da Casa Branca de Joe Biden, afirmou hoje que não está nos planos da próxima administração suspender as restrições de voos internacionais para os Estados Unidos. Psaki se pronunciou momentos depois de o atual governo americano anunciar o fim da proibição de viajantes do Brasil, Reino Unido, Irlanda e de outros países da União Europeia.
"Com o agravamento da pandemia e mais variantes contagiosas emergindo em todo o mundo, este não é o momento de suspender as restrições às viagens internacionais", publicou Psaki na noite de hoje.
"Seguindo o conselho de nossa equipe médica, a Administração não pretende suspender essas restrições em 26/01", completou a porta-voz, adicionando que o governo Biden pretende "aumentar as medidas de saúde pública".
O fim da restrição, anunciado hoje pelo governo Trump, se iniciaria em 26 de janeiro, seis dias após a posse de Joe Biden, que acontece nesta quarta-feira (20).
Casa Branca anuncia fim da restrição a viajantes
Na noite de hoje, a Casa Branca publicou uma nota oficial assinada pelo presidente Donald Trump anunciando o fim das restrições de viagens vindas do Brasil, Reino Unido, Irlanda e diversos outros países do continente europeu.
De acordo com o ofício, o Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Alex Azar, os países com entrada liberada hoje têm "alta confiança" do governo para cumprir com a cooperação na implementação da nova ordem para viagens internacionais para o país, assinada em 12 de janeiro.
A nova ordem citada pela nota oficial diz respeito à anunciada semana passada pelo Centros para o Controle e Prevenção de Enfermidades, que prevê que todos os passageiros internacionais precisarão apresentar um teste negativo para covid-19 antes de embarcar para o país. Essa medida passa a valer a partir de 26 de janeiro.
Para o governo Trump, esta ordem ajuda a evitar que passageiros aéreos vindos do Brasil e dos outros países com restrições suspensas espalhem o vírus pelo território americano.
Apesar da permissão de entrada para alguns países, a nota assinada por Donald Trump mantém as restrições de entrada de viajantes da China e do Irã, justificando que ambos "falharam em cooperar com as autoridades de saúde pública dos Estados Unidos" e, por isso, a suspensão estaria mantida.
Os esforços de Joe Biden para conter a pandemia
A poucos dias da posse oficial, Joe Biden já anunciou uma série de medidas visando a contenção da crise causada pelo coronavírus em solo americano. Hoje, os Estados Unidos são o país mais afetado pelo vírus, com mais de 24 milhões de casos e quase 400 mil mortes confirmadas.
Semana passada, Biden apresentou um Plano de Recuperação da Economia de US$ 1,9 trilhões. Entre as ações anunciadas, muitas tinham o combate ao coronavírus como pauta principal. O texto prevê investimento de US$ 50 bilhões em novos testes e US$ 20 bilhões para serem utilizados para melhorar as campanhas de vacinação que, segundo o democrata, estão "falhando" no país.
Biden prometeu a meta de cem milhões de americanos vacinados em cem dias de administração e, para isso, anunciou um amplo plano de vacinação mesmo antes de assumir oficialmente como presidente.
A restrição
Em maio do ano passado, os Estados Unidos anunciaram a proibição da entrada de viajantes brasileiros no país por conta da pandemia da covid-19.
"O potencial de transmissão não detectada do vírus por indivíduos infectados que tentam entrar nos Estados Unidos oriundos do Brasil ameaçam a segurança do nosso sistema de transporte e infraestrutura e a segurança nacional", afirmava o texto assinado por Trump ano passado.
Desde então, todo viajante brasileiro que pretende visitar os Estados Unidos precisa cumprir quarentena de 14 dias em país sem restrições de entrada. A regra não se aplica para brasileiros residentes ou com cidadania no país norte-americano.
"Não quero as pessoas vindo até aqui e infectando o nosso povo. E também não quero pessoas doentes lá. Estamos ajudando o Brasil com ventiladores... O Brasil está enfrentando problemas, não há dúvidas sobre isso.", afirmou Trump em maio de 2020.
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