Maior hospital de Portugal tem fila de ambulâncias com pacientes com covid
O maior hospital de Portugal vive um momento de colapso com o aumento de casos de coronavírus no país. Ontem, uma fila de ambulâncias se formou na frente do Hospital Santa Maria, em Lisboa, que além dos pacientes da capital recebe também pessoas de outras cidades do país.
"É uma fila de ambulâncias", declarou o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Daniel Ferro, em entrevista na televisão. Já a diretora de emergência do hospital, Anabela Oliveira, admitia que os médicos estavam praticando "uma medicina próxima da medicina da catástrofe".
Em entrevista ao jornal "O Público", a médica Nídia Zózimo, que atua no Santa Maria, disse que em "42 anos nunca viu uma situação igual". "Há surtos em vários serviços. E o problema é que desde quinta-feira à noite não estamos conseguindo vagas para transferir os doentes infectados dos nossos serviços para os covidários", descreveu ela referindo-se aos locais criados para tratr apenas pacientes com covid.
Portugal está ficando sem leitos hospitalares nas redes pública e particular, segundo o chefe da associação de hospitais particulares do país, e o número diário de mortes de Covid-19 atingiu uma alta recorde ontem pelo quinto dia consecutivo.
O país de 10 milhões de habitantes, que se saiu melhor do que outros na primeira onda da pandemia, agora tem a média recorrente de casos novos de sete dias mais alta do mundo.
"Estamos vivenciando uma situação típica de uma guerra. Não temos leitos suficientes —no serviço nacional de saúde, nas redes pública e particular — para lidar com uma progressão pandêmica de 13 mil a 14 mil casos novos por dia", disse o doutor Oscar Gaspar.
Também ontem, como resultado do aumento os casos, as escolas voltaram as ser fechadas. Portugal está em lockdown desde 15 de janeiro, e por isso os negócios não-essenciais estão fechados e a maioria das pessoas está confinada em casa.
Os hospitais particulares só ofereceram mil leitos —cerca de 10% de sua capacidade — a pacientes do serviço nacional de saúde com ou sem covid desde que o governo pediu ajuda em novembro. Os outros leitos estão quase repletos de pacientes particulares, disse Gaspar, criticando o governo por pedir socorro tarde demais.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.