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Filha que decapitou mãe é condenada a 21 anos de prisão na Austrália

Jessica Camilleri, de 27 anos, foi acusada pela morte da mãe - Reprodução/News.Au
Jessica Camilleri, de 27 anos, foi acusada pela morte da mãe Imagem: Reprodução/News.Au

Do UOL, em São Paulo

15/03/2021 09h47

Jessica Camilleri, de 27 anos, foi condenada a 21 anos e sete meses de prisão por esfaquear a sua mãe ao menos 100 vezes na cabeça, decapitá-la e mutilar o corpo da vítima na Austrália, em 2019. Segundo familiares, a vítima, identificada como Rita Camilleri, de 57 anos, chegou a pagar uma "comunicadora espiritual" — que não realizou o serviço — para retirar um "demônio" de Jéssica.

A mulher foi acusada por um júri de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, em dezembro do ano passado, mesmo se declarando inocente com base em laudos de transtornos mentais. Apesar da decisão do júri, a sentença somente foi proferida pela juíza Helen Wilson, da Suprema Corte, na sexta-feira (12).

Segundo o site News.au, psiquiatras forenses que compareceram ao primeiro julgamento de Jessica disseram que ela tem TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), autismo e deficiência intelectual leve, acompanhados de episódios de raiva incontrolável.

Rita Camilleri, de 57 anos, foi esfaqueada mais de 100 vezes pela filha - Reprodução/News.Au - Reprodução/News.Au
Rita Camilleri, de 57 anos, foi esfaqueada mais de 100 vezes pela filha
Imagem: Reprodução/News.Au

Wilson considerou os diagnósticos dos psiquiatras e entendeu que, por não conseguir se controlar, Jessica acabou atacando a sua mãe. No entanto, para a magistrada, "não havia dúvida" de que a acusada tinha ciência que fez algo errado porque, inicialmente, ela alegou à polícia que agiu em legítima defesa ao atacar a mãe.

"Ela [Rita] deve ter sentido uma dor extrema, [ficado] chocada e apavorada com o que sua filha amada estava fazendo com ela", afirmou Wilson.

A magistrada também determinou que a acusada somente poderá pedir a liberdade condicional após cumprir 16 anos e dois meses da pena em regime fechado.

Entenda o caso

O crime aconteceu em 21 de julho de 2019, no oeste de Sydney, na Austrália. A cabeça decapitada de Rita foi encontrada em uma trilha perto da casa dela. Enquanto as outras partes do corpo, como a ponta do nariz, foram encontradas no chão da cozinha da residência.

Após o ataque, Jessica chamou a emergência e alegou agir em "legítima defesa". Quando o socorro chegou ao local, encontrou a jovem na rua em frente de casa, coberta de sangue e segurando uma garrafa de água nas mãos. Ela ainda contou que sua mãe teria a agarrado pelos cabelos dentro de casa e tentou esfaqueá-la primeiro.

De acordo com familiares, antes do crime, Rita estava desesperada e chegou a pagar mais de US$ 2500 (mais de R$ 13 mil) para que uma "comunicadora espiritual" retirasse um "demônio" de Jéssica. No entanto, a profissional não realizou o serviço e ficou com o dinheiro da mulher de 57 anos.