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EUA anunciam sanções contra a Rússia e expulsam 10 diplomatas

As tensões entre a Rússia e os EUA aumentaram nos últimos meses por uma série de temas - Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP
As tensões entre a Rússia e os EUA aumentaram nos últimos meses por uma série de temas Imagem: Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP

Do UOL, em São Paulo

15/04/2021 10h00Atualizada em 15/04/2021 11h30

Como prometido, o governo dos Estados Unidos anunciou hoje sanções políticas e financeiras contra a Rússia. Entre elas, a expulsão de 10 diplomatas russos. As medidas são uma resposta a ciberataques e à interferência nas eleições presidenciais norte-americanas de 2020 atribuídas a Moscou.

O presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva que permitirá voltar a punir a Rússia, com "consequências estratégicas e econômicas, caso continue ou promova uma escalada de ações desestabilizadoras internacionais", advertiu a Casa Branca em um comunicado.

As medidas anunciadas hoje incluem sanções a seis empresas russas que apoiam as atividades cibernéticas do país, além de sanções a 32 indivíduos e entidades acusados de tentar interferir nas eleições presidenciais do ano passado, inclusive espalhando desinformação. Os 10 diplomatas expulsos incluem representantes dos serviços de inteligência russos, confirmou a Casa Branca.

Segundo informações que o jornal Wall Street Journal adiantou no início da semana, as expulsões devem-se também às acusações, negadas pela Rússia, de que Moscou ofereceu pagamento a insurgentes no Afeganistão para que matassem militares americanos.

Relatos de supostas "recompensas" surgiram no ano passado em relatórios da inteligência dos EUA. O ex-presidente Donald Trump foi criticado por não debater o tema diretamente com a Rússia. A Casa Branca não confirmou publicamente os relatórios. "A segurança e o bem-estar dos militares dos EUA e de nossos aliados e parceiros é uma prioridade absoluta dos Estados Unidos", disse a Casa Branca hoje.

O pacote de medidas ainda compreende sanções sobre títulos de dívida emitidos pela Rússia depois de 14 de junho e veta que instituições financeiras dos Estados Unidos comprem títulos diretamente do banco central, do fundo soberano e do Ministério das Finanças russos. O objetivo é complicar a capacidade de Moscou de obter dinheiro nos mercados financeiros globais.

O documento ainda cita que Biden se reserva o direito de ampliar as sanções sobre a dívida soberana se as "atividades desestabilizadoras" continuarem. Também há a punição contra 32 pessoas e organizações que são acusadas de estar por trás das ações contra os EUA.

Washington também pretende acusar formalmente a inteligência russa pelo ataque de hackers à empresa SolarWinds, o que afetou mais de 100 empresas americanas e 18.000 redes de informática do governo e privadas. A Rússia nega envolvimento com o ataque.

As medidas acontecem em um momento difícil para as relações entre Washington e Moscou. As tensões entre os dois países aumentaram nos últimos meses por uma série de temas, incluindo a recente concentração de tropas da Rússia na fronteira com a Ucrânia.

Biden e Putin conversaram por telefone na última terça-feira (13) e concordaram em "prosseguir com o diálogo", depois que o presidente americano classificou, no mês passado, o presidente russo como um "assassino" que "pagaria um preço" pela interferência nas eleições.

Resposta da Rússia

Após o anúncio das sanções feitas pelos os Estados Unidos, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou em coletiva que as respostas do governo russos serão "inevitáveis".

Zakharova disse ainda que o Ministério já convocou o embaixador americano no país para "uma conversa dura", informou o jornal APA.

"Os Estados Unidos são totalmente responsáveis pelas ocorrências. A resposta da Rússia às sanções será inevitável. Digo que o embaixador dos EUA em Moscou já foi convocado pelo ministro em relação às sanções ", observou Zakharova.

*Com AP, ANSA e AFP