Estudo remonta biomecânica de T.rex e revela que dinossauro era lento
Cenas de um Tiranossauro rex correndo rápido para atingir presas, ou fugir de meteoros, como visto no cinema, podem não passar de mera licença poética. Um estudo publicado hoje, na revista científica Royal Society, revelou que o temido predador do período Cretáceo andava a passos lentos, visto que cobriam uma distância de menos de 5 quilômetros em uma hora.
Os paleontólogos holandeses à frente do estudo chegaram a essa tese após reproduzirem a biomecânica da espécie em programas de computador, com uma atenção especial e inédita à sua cauda que, de acordo com os cientistas, pesava cerca de 1.000 quilos.
No entanto, a cauda pesada e responsável por mais da metade do comprimento do dinossauro não se mostrou como principal motivo para a lentidão do animal.
"A cauda inteira, pela nossa reconstrução em quase 1.000 quilos, era realmente apenas uma massa sustentada por um elástico e a cada passo ela balançava levemente para cima e para baixo. Com o ritmo certo você consegue muito movimento com muito pouco esforço", disse Pasha van Bijlert, principal autor do estudo, para a CNN Internacional.
Logo, os cientistas consideraram a conservação de energia como principal fator para a lentidão da espécie. "Os animais tendem a preferir velocidades de caminhada em que, para uma determinada distância, o gasto de energia seja mínimo", afirmou van Bijlert.
O ritmo de caminhada do Tiranossauro rex foi calculado com base em um fóssil adulto, com 12 metros de comprimento, exposto em um museu na Holanda. Após a reconstituição do dinossauro no computador, os cientistas mediram o comprimento dos rastros encontrados em trilhas fossilizadas e fizeram o modelo digitalizado "andar" na distância dos passos, chegando a uma velocidade de 4,6 km/h.
A publicação do estudo é importante para os paleontólogos entenderem mais sobre o comportamento dos Tiranossauros rex e sobre os ecossistemas antigos, respondendo a perguntas como a quantidade de comida ele precisava para mover o enorme corpo nessa velocidade e o quão longe ele iria para poder encontrar uma presa.
"Este estudo cobre um terreno novo de uma forma inteligente com um modelo original. É interessante e seria útil para integrar e comparar com outras abordagens no futuro", disse John Hutchinson, professor de biomecânica evolutiva do Royal Veterinary College de Londres.
A equipe de cientistas não estimou a velocidade máxima do T.rex nesta pesquisa, mas planeja fazê-lo usando o mesmo método no futuro. Estudos anteriores, sem reprodução detalhada dos movimentos da cauda, todavia, indicam que a espécie corria a uma velocidade entre 20 a 29km/h.
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