EUA: pastor terá de pagar R$ 765 mil por divulgar falsa cura para covid
Um tribunal do estado do Missouri, nos EUA, ordenou hoje que o famoso pastor Jim Bakker e sua igreja paguem US$ 156.000 (o equivalente a cerca de R$ 765 mil reais, na cotação de hoje) por divulgar e vender uma falsa cura para o coronavírus.
O acordo, anunciado pelo Gabinete do Procurador-Geral do Missouri, é consequência de um processo que acusa o pastor de utilizar o seu programa de TV "The Jim Bakker Show" (O Show de Jim Bakker, em tradução livre), para vender um produto que, segundo Bakker, mataria o coronavírus em 12 horas.
Entre fevereiro e março de 2020 alguns telespectadores do programa chegaram a comprar o falso remédio, batizado de "Solução de Prata", e que não tem nenhuma eficácia no tratamento ou prevenção da doença.
O produto era feito a base de prata coloidal, substância conhecida por causar argíria, uma condição que pode manchar permanentemente a pele com uma cor azul acinzentada.
O dinheiro que deverá ser pago pelo pastor e pela Igreja Morningside será usado para reembolsar os telespectadores que adquiriram a solução por valores que, na época, variavam entre R$ 394 e R$ 615.
De acordo com o jornal The Missouri Times, o pastor não admitiu nenhuma irregularidade, e o advogado de Bakker, o ex-governador e procurador-geral do Missouri Jay Nixon, sustenta que o religioso não violou nenhuma lei ou enganou ninguém.
Em março do ano passado, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA já alertava o pastor para pôr um fim nas falsas afirmações sobre curas sem comprovações científicas para a covid-19 e que poderiam colocar as pessoas em risco de contrair o vírus.
A agência governamental do país também advertiu que o ingrediente principal da fórmula, a prata coloidal, "pode ser perigoso para a saúde".
Problemas financeiros
Ainda no ano passado o pastor Jim Bakker, famoso por seu "talk show cristão", amargou uma grave crise financeira desde que começou a enfrentar problemas legais por vender a falsa cura para a covid-19.
Diversas empresas de cartão de crédito do país se recusaram a trabalhar com Bakker depois que ele passou a usar o seu programa para propagar e comercializar a "Solução de Prata" como "cura" para o coronavírus.
Segundo a imprensa norte-americana, o pastor chegou a pedir aos telespectadores que enviassem doações em cheque para que ele pudesse manter seu ministério e não tivesse que declarar falência.
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