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Ronilso: A trama do assassinato do Moise tem uma intervenção estrangeira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/07/2021 11h01Atualizada em 08/07/2021 13h15

O colunista do UOL Ronilso Pacheco analisa que o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, tem um fator novo que é uma séria interferência estrangeira. Isso surge principalmente pela intervenção dos Estados Unidos e pela instabilidade com a vizinha República Dominicana.

"O novo contexto do Haiti é que essa trama do assassinato do Moise tem uma séria intervenção estrangeira. E isso é algo novo dentro do processo e esse nível de intervenção é importante a gente lembrar que o Haiti é vizinho da República Dominicana. Ela já tinha uma certa hostilidade do Haiti como país ingovernável, e surgiu a ideia de se fazer um muro que separasse República Dominicana e o Haiti", explica Ronilso.

Ele ainda lembra que um dos conselheiros de segurança do presidente da República Dominicana, Luis Abinader, é Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York e que já foi advogado do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Onde diz que o país "sempre esteve ali à sombra desse processo."

"O Moise é um desses nomes em ascensão, é um nome do mercado, um empresário, com um discurso de anti-corrupção, de uma modernização do estado a partir de investimentos do capital, etc. Alinhado com o governo Trump, com as ideias trumpistas, essa conjunção é extremamente interessante, mas com um vigor autocrático muito forte", explica.

Segundo Ronilso, quando Moise percebe que sua perspectiva política não funciona institucionalmente, ele acaba sendo intervencionista na constituição e nos poderes legislativo e judiciário. Mas isso não gera resultados e cria uma grande insatisfação na população haitiana. Com isso, surge uma grande crise com as gangues armadas que dominam o país e "seu assassinato vai no contexto de uma grande oposição e de uma grande resistência."