Topo

Esse conteúdo é antigo

Homem suspeito de matar padre francês já se encontrou com o papa Francisco

Ruandês suspeito de matar um padre francês foi recebido em audiência pelo papa Francisco em 2016. - Reuters/Vaticano
Ruandês suspeito de matar um padre francês foi recebido em audiência pelo papa Francisco em 2016. Imagem: Reuters/Vaticano

Colaboração para o UOL

09/08/2021 17h17

O ruandês Emmanuel Abayisenga, suspeito de ter assassinado hoje o padre francês Olivier Maire, 60 anos, em Saint-Laurent-sur-Sèvre, em Vendeia, oeste da França, já se encontrou com o papa Francisco em 2016, durante audiência com pessoas socialmente excluídas, no Vaticano. De acordo com fontes policiais, o sacerdote morreu após ser espancado

Segundo a imprensa internacional, Abayisenga, um refugiado ruandês que chegou à França em 2012 alegando ser vítima de perseguição no seu país, se entregou à polícia na manhã de hoje e confessou o crime. Em seguida, as autoridades francesas encontraram o corpo do padre no local. Abayisenga está preso preventivamente, mas as investigações continuam em andamento.

Uma fotografia tirada em 11 de novembro de 2016 e divulgada pelos jornais franceses mostram o ruandês cumprimentando o papa Francisco durante o Festival Europeu da Alegria e da Misericórdia, sediado em Roma naquele ano e que reuniu cerca de 4000 pessoas em situação de precariedade de toda a Europa.

Emmanuel Abayisenga viajou para Roma com um grupo da cidade de Nantes, localizada às margens do rio Loire, na região da Alta Bretanha, oeste da França. Ele estava sob a proteção e os cuidados da comunidade cristã local depois de chegar à cidade, há oito anos.

Na ocasião, o papa Francisco chegou a elogiar um discurso feito por outro membro do grupo de Nantes, do qual o ruandês fazia parte, afirmando ter ficado "impressionado com a persistência do uso da palavra 'paz' por cristãos".

Abayisenga também é acusado de incendiar a catedral de São Pedro e São Paulo, em Nantes, em 18 de julho de 2020. Apesar de ter sido preso pelo crime e estar respondendo judicialmente, ele estava em liberdade vigiada e sendo monitorado.

Após a morte do clérigo, a Conferência Episcopal da França e diversas organizações católicas emitiram uma nota conjunta em que exprimiam "profunda tristeza" pelo assassinato e afirmaram sua proximidade aos "parentes da vítima, aos familiares e à comunidade da basílica de Saint Louis-Marie Grignon de Montfort".

O Ministro do Interior, Gerald Darmanin, viajou para a cidade para acompanhar a investigação. No Twitter, Darmanin expressou seu apoio aos católicos do país "depois do dramático assassinato de um padre em Vendeia".

Já o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que lamentava a morte "em nome da nação" e dedicou "pensamentos afetuoso para os cidadãos de Montfort e a todos os católicos da França".