EUA ampliam tropa enviada ao Afeganistão e mandam recado ao Taleban
Um dia após anunciar o envio de ao menos 5 mil soldados ao Afeganistão, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, aprovou o envio de mais mil homens, segundo informações da CNN americana. O anúncio ocorre horas depois de o grupo Taleban tomar o poder na capital Cabul.
A frota será deslocada de um grupo que deveria se dirigir ao Kuwait. De acordo com o oficial, eles terão a missão de proteger o aeroporto de Cabul. "Estamos presumindo que cada centímetro do aeroporto não esteja seguro", disse.
Cerca de 3 mil homens já estão no país e o restante está previsto para chegar nos próximos dias. Segundo o secretário, as forças deverão conseguir retirar em torno de 5 mil pessoas por dia pelo aeroporto.
Mais cedo, a embaixada dos Estados Unidos no Afeganistão emitiu um alerta de segurança aos cidadãos para que deixem o país diante da retomada de poder do Taleban. Houve relatos de incêndio no aeroporto da capital e orientações para que se abrigassem no local.
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, mandou um recado aos membros do Taleban: "Nós não pedimos nada ao Taleban. Nós dissemos ao Taleban que, se eles interferirem com nosso pessoal, com nossas operações à medida que avançamos com a evacuação, haverá uma resposta rápida e decisiva".
Diplomatas americanos foram evacuados e levados para o aeroporto. A região foi tomada pelo Taleban no início desta tarde e o presidente afegão Ashraf Ghani fugiu do país.
"A situação de segurança em Cabul está mudando rapidamente, inclusive no aeroporto. Há relatos de incêndio no aeroporto; assim, instruímos os cidadãos dos EUA que se abriguem no local", diz o alerta de segurança.
A embaixada orienta os americanos que querem deixar o país a preencher "o quanto antes" um formulário divulgado no site. Eles alertam para que não telefonem para a embaixada e explicam que ela está vazia.
A chegada das forças do Taleban em Cabul levou a uma corrida de afegãos por passaportes e confusão na fronteira com o Paquistão. Outros países também se movimentaram para retirar diplomatas, funcionários e cidadãos do Afeganistão.
Blinken rechaçou as comparações entre a saída de diplomatas americanos, com a fuga dos americanos de Saigon, durante a Guerra do Vietnã em 1975. "Lembre-se, este não é Saigon", disse à CNN. "Fomos ao Afeganistão há 20 anos com uma missão, e essa missão era lidar com as pessoas que nos atacaram em 11 de setembro - e tivemos sucesso nessa missão."
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