Repórter afegã chora ao citar futuro das mulheres após retorno do Taleban
A repórter afegã Nazira Karimi se emocionou ao comentar a crise que afeta o seu país e questionar o futuro das mulheres, após o retorno do grupo extremista Taleban ao poder. O desabafo foi feito pela profissional durante coletiva de imprensa realizada pelo porta-voz do Pentágono, John Kirby, na tarde de hoje.
"Estou muito chateada porque as mulheres afegãs não esperavam que todos os talibãs retornassem da noite para o dia. Tiraram minha bandeira —esta é a minha bandeira. Eles ergueram a bandeira deles. Todo mundo está chateado, principalmente as mulheres. Onde está meu presidente?!", disse a jornalista, que usava uma máscara de proteção facial com as cores da bandeira do Afeganistão.
No desabafo, Karimi (que trabalha para a rede Ariana Television Network, do Afeganistão) referiu-se principalmente às mulheres afegãs, proibidas de estudar ou trabalhar, sair de casa apenas acompanhadas por um membro de sua família do sexo masculino e obrigadas a usar a burca em público, durante o governo Taleban entre os anos de 1996 e 2001. Na época, flagelações e execuções, incluindo apedrejamento por adultério, eram práticas comuns em praças e estádios da cidade.
Extremistas do Taleban tomaram a capital do Afeganistão, além de 26 das 34 capitais provinciais em um período de 7 dias, em um avanço rápido embora não surpreendente para observadores internacionais. O atual presidente, Ashraf Ghani, e seu vice, Amrullah Saleh, fugiram do país às pressas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, admitiu em pronunciamento uma sucessão de erros ao longo de 20 anos de ocupação americana no Afeganistão, mas defendeu a retirada imediata de sua tropa militar.
"Eu sou o presidente da América, e essa guerra acaba comigo. Eu estou triste com toda essa situação, mas não me arrependo da minha decisão", disse o democrata. "Eu sei que a minha decisão será criticada, mas eu prefiro isso do que passar para o próximo presidente", completou, em seguida.
Eu não vou repetir o mesmo erro do passado. O erro de continuar num conflito que não é do interesse nacional. Onde aposta mais ainda em uma guerra civil. São erros que não queremos repetir. Não podemos ignorar essas questões internas. Biden, em seu discurso para o povo americano
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