Tubarão nasce em aquário só de fêmeas e indica que alguma delas 'se clonou'
O Aquário de Cala Gonone, na Itália, anunciou nesta semana o nascimento de um filhote de tubarão fêmea. Embora a informação pareça comum, a maneira pela qual o animal veio ao mundo intriga os biólogos, já que ela foi concebida de maneira assexual, em um tanque com apenas tubarões fêmeas.
Segundo os diretores do aquário, a mãe da filhote é uma das fêmeas da espécie cação-liso que estão há 10 anos no tanque sem contato algum com tubarões machos. Portanto, é impossível que tenha havido a fecundação de um óvulo seu a partir de um espermatozoide, o que indica que ela mesma teria se fecundado em um processo chamado partenogênese.
Uma vez que nesse processo o feto recebe material genético de apenas um indivíduo, ele se forma essencialmente como um clone da sua mãe. Uma das explicações para a partogênese no aquário ocorrência seria a fertilização de uma célula-ovo imatura, que se comporta quase como um espermatozoide.
Apesar de extremamente rara entre tubarões, a partenogênese pode ser opcional em espécies que normalmente se reproduzem sexualmente, como ocorre em alguns répteis, peixes e até pássaros.
Entretanto, equipe do Aquário Cala Gonone ainda não tem certeza do que aconteceu e aguarda o resultado de análises de DNA para determinar se o nascimento de Ispera, como foi batizada a filhote, foi de fato através de uma partenogênese.
Caso confirmada, a reprodução não seria inédita entre tubarões de aquários. Em 2016, na Austrália, uma fêmea de tubarão deu à luz a três filhotes, após passar quatro anos sem contato com machos.
Na ocasião, a cientista Christine Dudgeon e sua equipe da Universidade de Queensland procuraram explicações para ocorrido. Segundo ela, a partenogênese pode ser um mecanismo de defesa da espécie para se manter viva, quando os machos estão escassos.
"Os genes da mãe são transmitidos de fêmea para fêmea até que haja machos disponíveis para acasalar", disse a cientista para o jornal New Scientist. Além de vantajosa em cenários emergenciais na natureza, a partenogênese, segundo a equipe da cientista, "pode ser muito mais comum do que percebemos atualmente".
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