Afegão que viajou em avião americano lotado relata momentos de aflição
O jornalista afegão Ramin Rahman, uma das 823 pessoas que fugiram espremidas no avião militar americano, relatou momentos de dúvida e aflição em entrevista ao "Fantástico", da TV Globo. A foto em que mostra a aeronave lotada viralizou pelas redes sociais, nesta semana, revelando assim o desespero de afegãos após o retorno do regime extremista Talibã ao poder.
"Não tinha ar, não tinha água. Tinha muita gente. Crianças chorando. Um sentado em cima do outro, porque não tinha espaço, nem 1 cm para nada. Aí os americanos anunciaram no alto-falante que iriam levar todos. Foi o melhor momento da noite. Todo mundo tão feliz. Mães batendo palmas", contou Rahman.
Segundo ele, o avião militar decolou de Cabul e, em 4h30min, pousou no Catar, na base aérea do Exército americano.
Centenas de afegãos amontoados em um avião militar de carga dos Estados Unidos fugiram do Afeganistão na última terça-feira (17). A foto em que registra a cena impressionante circulou em sites de notícias e redes sociais no dia seguinte. São homens, mulheres e crianças sentados e espremidos.
Na ocasião, o comando militar aéreo dos EUA explicou que a estimativa inicial de 640 afegãos apoiados no chão duro do gigante C-17 Globemaster III —o que já era mais que o dobro da capacidade da aeronave— omitiu as crianças que iam a bordo.
A conta inicial foi feita tomando como referência apenas a quantidade de assentos ocupados nos ônibus que levaram os passageiros ao C-17. Três dias depois, o Pentágono corrigiu para 823 cidadãos afegãos que voaram no avião.
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