Barco com 24 brasileiros naufraga e deixa desaparecidos na Guiana Francesa
Equipes de resgate da França buscam encontrar brasileiros que sumiram no Oceano Atlântico, na costa da Guiana Francesa, depois que uma embarcação ilegal naufragou em alto mar. O barco saiu de Oiapoque, a 590 km de Macapá, em 28 de agosto, com destino a Caiena, capital do território francês. Pelo menos 24 pessoas estavam a bordo, sendo 17 homens e sete mulheres.
Segundo o Centro Operacional Regional de Vigilância e Resgate (CROSS) Antilhas-Guiana, 24 brasileiros estavam no barco de pequeno porte. Pelo menos quatro sobreviventes foram resgatados e três óbitos foram confirmados pelas equipes de resgate.
A travessia pelo mar, partindo de Oiapoque, é uma das alternativas usadas por imigrantes ilegais para driblar a fiscalização aduaneira e entrar na Guiana Francesa, que é regida por regras da União Europeia.
Uma das vítimas resgatadas informou às autoridades francesas que a embarcação saiu de Oiapoque por volta das 23h de 28 de agosto e que tinha a primeira parada em Caiena.
O resgate foi mobilizado somente na terça-feira (31) após a mulher sobrevivente ter sido achada por pescadores agarrada a uma boia próximo ao canal de Behage, na costa da cidade de Kouruou, a 60 km da capital Caiena.
Os outros três brasileiros resgatados estavam próximos às ilhas de Le Pére e Grande Condestável. Já em Kourou, um corpo ainda sem identificação foi encontrado.
O Ministério Público de Caiena abriu inquérito para apurar as causas do acidente na costa da Guiana Francesa.
Ao UOL, o delegado Charles Corrêa, da Polícia Civil de Oiapoque, informou que foi acionado, mas que o caso deverá ser investigado pelas autoridades francesas.
O delegado confirmou que recebeu um áudio da primeira sobrevivente. Nele, a mulher diz que o piloto do barco parecia não saber navegar no mar.
"Colocaram muita gente no barco. De Oiapoque, saíram poucas pessoas, mas no meio da viagem, entrou muita gente e ficamos com medo. O piloto parecia que não entendia navegar no mar. Quando a maré bateu forte, começou entrar água e todo mundo caiu na água", disse a sobrevivente.
'Estamos sem informações', diz mãe de desaparecida
A Guiana Francesa, segundo estimativas de 2020 do Ministério de Relações Exteriores, tem a terceira maior colônia brasileira imigrante da América do Sul, com 72.300 habitantes, o que representa 25% de total da população do país vizinho.
Como o território é regido pela União Europeia, o euro se torna o principal atrativo para os brasileiros que se aventuram em busca de empregos. É o caso de Ellen Pantoja, de 25 anos. Ela estava no barco e ainda permanece desaparecida.
A mãe de Ellen, Neuraci Pantoja Silva, de 44 anos, contou ao UOL que a filha saiu do Amapá para vender roupas e receber em euro na Guiana Francesa.
"Estamos sem informações e ajuda. A nossa situação está complicada, porque não temos passaporte para atravessar a fronteira. Podemos ir até Oiapoque. Estamos esperando notícias de quem está na Guiana Francesa. Não sei se minha filha está no mar ou se está presa [por ser imigrante]. Ela vivia comprando roupas aqui no Brasil para vender lá", relatou.
O UOL entrou em contato com o Itamaraty, mas ainda não obteve retorno sobre o naufrágio.
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