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Cisne Branco: Navio da Marinha que colidiu com ponte leva nome de hino

Cisne Branco que se acidentou no Equador é terceiro a levar este nome na Marinha do Brasil  - Reprodução/Marinha do Brasil
Cisne Branco que se acidentou no Equador é terceiro a levar este nome na Marinha do Brasil Imagem: Reprodução/Marinha do Brasil

Do UOL, em São Paulo

19/10/2021 19h37Atualizada em 22/10/2021 10h48

O navio-veleiro Cisne Branco virou assunto na imprensa nacional após bater em uma ponte em Guayaquil, no Equador, mas a fama da embarcação dentro da Marinha do Brasil já começa em seu nome, uma homenagem ao hino da instituição.

Construído pelo estaleiro Damen Oranjewerf, em Amsterdã, na Holanda, o navio que se acidentou em águas estrangeiras é o terceiro a levar o nome da música, com melodia composta no final do século 19 por Antônio Manoel do Espírito Santo.

Anos depois, no início do século 20, a música ganhou letra composta pelo sargento cearense Benedito Xavier de Macedo, responsável pelo nome final da canção, que escreveu o poema "Cisne Branco" em homenagem a outro barco: o navio-veleiro escola Benjamin Constant.

Qual cisne branco que em noite de Lua vai deslizando num lago azul, o meu navio também flutua, nos verdes mares de Norte a Sul. Canção "Cisne Branco"

Em 2019, o capitão Adriano Marcelino Batista afirmou que o nome "Cisne Branco" surgiu em 1897, quando a Marinha Brasileira construiu o navio-escola Benjamin Constant.

"Na época, a população tinha muita dificuldade em pronunciar esse nome, e por ser um navio de casco branco, era chamado de garça branca ou cisne branco", explicou em entrevista à redação portuguesa do jornal RFI.

O atual Cisne Branco, que também é um navio-veleiro, custou aproximadamente US$ 15 milhões, segundo os arquivos da Marinha, e foi batizado em 4 de agosto de 1999, iniciando suas atividades no mar pouco depois, em 9 de março de 2000.

No mesmo dia, a embarcação partiu de Lisboa para o Brasil, na data que marcava os 500 anos de partida da Esquadra de Pedro Álvares Cabral. Durante a viagem, escalou em Funchal (Ilha da Madeira), de 13 a 17 de março, São Vicente (Cabo Verde), de 25 a 28 de março, e Salvador, de 13 a 19 de abril.

Entre as atividades recentes do barco estão participações em festividades de aniversário, como a comemoração dos 467 anos de Santos, em 2013, saídas ao mar com convidados de fora da Marinha e viagens de instrução com Guardas-Marinha do Quadro Complementar (GM-QC).

Oficialmente, no site da instituição, o Cisne Branco é definido como "um navio veleiro da Marinha do Brasil, que exerce funções diplomáticas e de relações públicas".

"Também conhecido como 'embaixada flutuante', o Navio representa a Marinha e o Brasil em diversos eventos náuticos que ocorrem todos os anos".

Entre as representações mencionadas, a embarcação já marcou presença no aniversário de 823 anos do Porto de Hamburgo, na Alemanha, no 525º Aniversário da Marinha Real Holandesa e em competições de veleiros também no continente europeu.

Apesar de possuir "todos os sistemas de tecnologia avançada", a tripulação do Cisne Branco faz manobras de convés e vela exatamente como ocorria no século 19, "mantendo assim as mais antigas tradições da marinharia", destaca o site da Marinha do Brasil.