Japão diz observar com atenção exercício militar de Rússia e China; vídeo
Autoridades do Japão disseram observar com atenção as atividades de embarcações da Rússia e da China depois que um grupo de dez navios de guerra destes dois países atravessou, ontem, pela primeira vez, o estreito que separa duas das principais ilhas do arquipélago nipônico.
"O governo está observando de perto as atividades das embarcações navais chinesas e russas no Japão, como esta, com grande interesse", disse o secretário-chefe do gabinete, Yoshihiko Isozaki, em entrevista coletiva hoje.
"Continuaremos a fazer o máximo em nossa atividade de vigilância nas águas e no espaço aéreo do Japão", acrescentou ele.
O Ministério da Defesa da Rússia postou um vídeo dos exercícios militares em sua conta no Youtube. Assista abaixo:
Foi a primeira vez que o Japão confirmou a passagem de navios da marinha chinesa e russa navegando juntos pelo estreito de Tsugaru, que separa o Mar do Japão do Pacífico.
Embora o estreito seja considerado como águas internacionais, os laços do Japão com a China há muito são atormentados por reivindicações conflitantes sobre um grupo de ilhotas do Mar da China Oriental. Tóquio também tem uma disputa territorial com Moscou.
Um porta-voz do Ministério da Defesa japonês disse que não houve violação das águas territoriais japonesas e que nenhuma regra internacional foi quebrada pela passagem dos navios.
Rússia e China realizaram exercícios navais conjuntos no Mar do Japão como parte da cooperação naval entre os dois países.
Moscou e Pequim cultivaram laços militares e diplomáticos mais estreitos nos últimos anos, numa época em que suas relações com o Ocidente não andam bem.
O novo governo do Japão sinalizou uma posição mais assertiva em relação à postura agressiva da China contra Taiwan, insinuando que cogitará opções e se preparará para "várias hipóteses" e, ao mesmo tempo, reafirmando uma relação estreita com os Estados Unidos.
Em setembro, Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália se comprometeram a trabalhar por uma região Indo-Pacífico "livre e aberta", durante encontro de líderes do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad) na Casa Branca. Para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o Quad é acima de tudo um elemento estratégico para conter a crescente influência da China na região Indo-Pacífico e marca o início de uma grande mudança na diplomacia americana.
Também, em setembro, Estados Unidos, Austrália e Reino Unido anunciaram um acordo histórico de segurança no Indo-Pacífico, tendo como principal objetivo conter o avanço da China. O pacto militar, conhecido como Aukus, permitirá que a Austrália construa submarinos de propulsão nuclear pela primeira vez, a partir de tecnologia americana.
* Com informações da Reuters
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